A esc0lha dos Avril da Talgo para reforçar a frota de Alta Velocidade da Renfe garante à operadora espanhola uma poupança máxima de 40% sobre o valor-base do concurso.
No limite a compra das 30 composições e respectiva manutenção por um prazo de 40 anos custará à Renfe 1 491 milhões de euros. O valor-base do concurso era de 2 642 milhões de euros.
Garantida de imediato está a compra de 15 comboios (e respectiva manutenção), num investimento de 768 milhões de euros (menos 28% que o valor-base). As primeiras dez composições serão entregues num prazo de 38 meses. Cinco anos é o prazo para a Renfe receber todo o primeiro lote.
A compra dos restantes 15 Avril ficará dependente da evolução das necessidades da Renfe, devendo ser disponibilizados em lotes de cinco unidades.
Curiosamente, o Avril era a única composição a concurso que ainda não opera comercialmente em qualquer mercado. A Talgo investiu oito anos e cerca de 50 milhões de euros no seu desenvolvimento. Em testes, o Avril percorreu mais de 1,4 milhões de quilómetros sem incidentes e a fabricante garante uma disponibilidade de 90%.
Se o Avril é uma novidade, a Talgo não é uma estreante na Alta Velocidade. Pelo contrário, os seus comboios AV com a frente em forma de bico de pato são uma referência em Espanha e estão a ser exportados para o projecto de Alta Velocidade da Arábia Saudita.
Com este mega-contrato, ou contrato do século como também apelidado pela própria companhia, a Renfe põe termo a um jejum de 11 anos de compras de material circulante.