Depois da auscultação dos players regionais, o Projecto Roteiro Naval Carbono Zero (RNCZ) entrou numa nova fase, de desenho de soluções concretas.
O pontapé de saída da nova fase foi hoje dado. Nuno Mendonça, vice-reitor da Universidade de Coimbra, que recebeu o Projecto RNCZ no campus da Figueira da Foz, deu o mote para a nova fase estratégica de consolidação e construção de soluções concretas ao destacar a importância da colaboração entre a academia, as empresas e os decisores políticos para acelerar o processo de descarbonização naval.
O programa incluiu a apresentação do RNCZ por Francisco Araújo, da CEVAL, um dos promotores do projecto, que sublinhou a importância dos workshops de auscultação regionais, para “ouvir as várias vozes dos stakeholders do sector naval”. Os resultados desses workshops foram aprsentados por Hugo Marques Sousa, da Magellan Circle, parceira do projecto, que sublinhou a necessidade de adaptação do Roteiro de Descarbonização às diferentes empresas.
Seguiram-se os contributos técnico-estratégicos dos parceiros do RNCZ. Manuel Carrasqueira, da Qualiseg, abordou o papel da eficiência energética e descarbonização no sector; João Alves, da Haedes, destacou as tecnologias emergentes e o enquadramento ESG aplicável à descarbonização da frota; e António Lorena, da 3drivers, exibiu uma perspectiva internacional de descarbonização na indústria naval.
Durante um painel dedicado à regulação, Ivone Rocha, da sociedade Telles, analisou os enquadramentos jurídicos e a necessidade de reforçar os mecanismos regulatórios que sustentem o roteiro em desenvolvimento.
Um dos momentos centrais da sessão foi a mesa-redonda “Descarbonizar: do roteiro à acção”, que juntou Bruno Costa, gerente da Atlanticeagle Shipbuilding (também em representação da Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz (ACIFF)); Eduardo Feio, presidente das administrações dos portos de Aveiro e da Figueira da Foz, e Telmo Ferreira, Head of Emerging Businesses and Shipping na PRIO.
O debate centrou-se na implementação de soluções concretas e no papel das empresas e instituições enquanto agentes de mudança.
A sessão de encerramento ficou a cargo de Gonçalo Santos, do Fórum Oceano, promotor do RNCZ, que reforçou o papel estratégico da indústria naval como pilar estratégico da economia azul e apelou à urgência de um compromisso colectivo com metas ambientais ambiciosas.
O Roteiro Naval Carbono Zero, co-financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), é um projecto promovido pelo Fórum Oceano e pela CEVAL– Confederação Empresarial do Alto Minho, que visa definir um plano com metas concretas de descarbonização da indústria naval portuguesas entre 2025 e 2050.
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