O Estado italiano vai injetar mais 400 milhões de euros na ITA Airways, que sucedeu à Alitalia, decidiu hoje o governo de Roma.
Os fundos devem chegar antes do final do mês aos cofres da ITA Airways. Bruxelas autorizou, em Setembro do ano passado, a injecção de 1,35 mil milhões de euros de fundos públicos na companhia transalpina.
A ITA Airways já beneficiou de uma injeção inicial de 700 milhões de euros de fundos públicos em 2021, receberá mais 400 milhões de euros em 2022, aprovados hoje, e voltará a receber uma nova tranche em 2023, eventualmente de 250 milhões de euros, se o tecto estipulado por Bruxelas para a recuperação for respeitado.
Entretanto, contrariado duas vezes pelo Estado, que o privou dos seus poderes operacionais, Alfredo Altavilla, presidente da companhia, demitiu-se esta segunda-feira à noite.
Alfredo Altavilla foi acusado de obstruir a venda da ITA Airways ao fundo de investimento norte-americano Certares, associado à Air France-KLM e Delta Air Lines e nunca escondeu a sua preferência pela proposta concorrente, apresentada pela Lufthansa e pela MSC.
O anterior governo italiano, liderado por Mario Draghi, anunciou em Agosto ter selecionado a proposta da Certares para a ITA Airways, com vista à abertura de negociações exclusivas.
Em face à falta de progressos nas negociações, o novo ministro da Economia, Giancarlo Giorgetti, decidiu no final de Outubro não renovar a exclusividade das negociações com a Certares, chamando de novo à mesa do negócio a MSC e a Lufthansa.
Se as negociações forem bem-sucedidas, será o comprador que deve assegurar a recapitalização da jovem companhia aérea, que descolou em 15 de Outubro de 2021.
O Estado italiano desembolsou até agora mais de 13 mil milhões de euros em sucessivas tentativas de recuperar a Alitalia, antecessora da ITA Airways.