A Rússia aposta em ter a Rota do Mar do Norte aberta à navegação durante todo o ano já no próximo, em 2024.
A exploração comercial da Rota do Mar do Norte é apresentada como uma aposta pessoal do presidente Vladimir Putin, ainda mais na atual conjuntura de “guerra” entre a Rússia e a Europa e os EUA.
Facto é que o aquecimento global e o degelo parecem querer favorecer os planos russos, que reclamam a soberania sobre as águas do Mar do Norte ao longo da costa siberiana.
Se no passado recente os navios podiam navegar ali entre Julho e Dezembro, agora já o podem fazer dois meses mais cedo, e o CEO da Rosatom, único construtor e operador de quebra-gelos nucleares do mundo, estima que já em 2024 a via será navegável durante todo o ano.
As vantagens para o comércio mundial são óbvias, fruto da poupança de 15 dias na viagem entre a Ásia e a Europa. Mas a Rússia olha sobretudo para exploração do gás natural.
Para tirar partido da nova rota, a Rússia terá planos para criar uma frota de 135 novos navios, entre quebra-gelos e navios mercante classe glaciar.
Se tudo correr como previsto, e como Vladimir Putin deseja, até 2035 poder-se-á atingir um volume de 200 milhões de toneladas transportadas através da Rota do Mar do Norte, seis mais do que o previsto para o ano corrente.
Os ambientalistas estão, claro, preocupados com os efeitos da queima de combustíveis fósseis no Ártico, e lembram que as emissões de carbono na região aumentaram 85% na região, entre 2015 e 2019.