O Porto de Roterdão pretende tornar-se num porto zero-emissões até 2050, de acordo com o gestor do programa de responsabilidade social corporativa da autoridade portuária holandesa, Remco Neumann.
“É realista esperar que a indústria e a logística sejam virtualmente – ou até essa altura totalmente – zero-emissões e silenciosas. No presente, reconhecemos que o crescimento na era industrial teve uma série de efeitos colaterais indesejáveis. Em 2050, não haverá mais poluição sonora ou poluição do ar e nenhum impacto ambiental negativo. Há uma consciência cada vez maior de que é necessário, e de facto possível, fazer essa transição”, afirmou Neumman, citado num comunicado da autoridade portuária.
O mesmo responsável explicou que, apesar de actualmente apenas 6% das operações do porto serem asseguradas com energias renováveis, essa percentagem irá aumentar exponencialmente.
“No porto, já se podem encontrar terminais de contentores 100% eléctricos e embarcações híbridas, a reutilização de calor residual e CO2 e um rápido aumento no uso da energia solar. A área portuária já possui 1,6 MW de capacidade geradora. Isso deverá aumentar dez vezes antes do final de 2020”, acrescentou o gestor.
A autoridade portuária de Roterdão adoptou os objectivos dos acordos climáticos de Paris e está a esforçar-se por baixar as emissões de CO2 em linha com as ambições dos governos holandês e europeus. Em concreto, isso significa que, até 2030, os Países Baixos terão de reduzir as emissões de CO2 em 49% em relação a 1990.
Espera-se que a transição produza uma grande redução no volume de carvão transportado através do porto de Roterdão. A coligação que lidera o governo holandês aprovou, recentemente, uma lei que determina que as centrais de geração eléctrica a carvão holandesas terão de encerrar até 2030. Cerca de 15% do carvão que entra no porto de Roterdão destina-se às centrais do país.