A Ryanair prevê receber 200 novos aviões até 2027, dos quais 30 ficarão sediados em Portugal, onde aposta em continuar a crescer em todos os aeroportos.
“Nos próximos cinco anos, estaremos a receber 200 novos aviões e temos um plano que prevê que cerca de 15%, ou seja 30, dessas novas aeronaves estarão sediadas em Portugal”, avançou o presidente executivo do grupo Ryanair, Michael O’Leary, em entrevista à “Lusa”, em Bruxelas.
“Vamos certamente crescer no Porto, vamos crescer em Faro e na Madeira, […] mas o grande desafio é, será que podemos crescer em Lisboa?”, questionou.
Lembrando que a Ryanair “continua a apelar à abertura do [novo aeroporto no] Montijo”, Michael O’Leary criticou que o Governo continue “a adiar a abertura”, por preocupações ambientais.
“Precisamos de abrir urgentemente o [novo aeroporto do] Montijo porque Lisboa é a cidade da Europa que tem as melhores perspectivas de turismo para os próximos cinco ou 10 anos”, mas ainda assim “o tráfego em Lisboa está actualmente limitado a cerca de 24 milhões de passageiros na Portela”, reforçou o responsável.
Segundo Michael O’Leary, o tráfego total no aeroporto de Lisboa “poderia ser de 40 milhões de passageiros e será de 40 milhões de passageiros nos próximos cinco ou 10 anos, particularmente se o Montijo abrir”.
Além disso, “mais slots precisam de ser disponibilizados em Lisboa”, reclamou.
Concurso dos slots de Lisboa
A propósito, Michael O’Leary disse-se confiante no sucesso da Ryanair no concurso para os 18 slots diários que a TAP irá libertar na Portela.
“Apresentámos a proposta para as faixas horárias e cumprimos claramente todos os requisitos [porque] temos aviões de grande porte e comprometemo-nos a basear esses aviões em Lisboa e também a acrescentar voos adicionais de e para Lisboa”, declarou. “Tenho muita esperança e penso que será muito difícil não atribuir o concurso à Ryanair”, reforçou.
Ressalvando não ser possível “avançar já com os planos concretos porque nem sequer se sabe quais são estas 18 faixas horárias”, Michael O’Leary assinalpu que “a suposição é de que estas faixas horárias são suficientes para operar cerca de três aeronaves adicionais em Lisboa”, acrescentando que já demonstraram que podem “operar mais três aviões em Lisboa”.
“No Inverno tínhamos uma base de sete aviões em Lisboa, mas tivemos de reduzir essa base para quatro aeronaves durante o Verão porque não tínhamos slots suficientes, e estamos amargamente desapontados por o Governo português não ter respondido ao pedido para libertar essas faixas horárias da TAP porque nos teria permitido manter essas rotas abertas e continuar a crescer, o que esperemos fazer com estes slots”, disse.
Ainda relativamente ao concurso, o presidente executivo da Ryanair indicou que a empresa está “à espera de novos aviões maiores provenientes da Boeing”.
“O que significa que podemos utilizar essas faixas horárias de forma mais eficiente do que a TAP […] e agregar mais passageiros por faixa horária do que qualquer outra companhia aérea na Europa”, concluiu Michael O’Leary.
Seria muitíssimo importante que a Ryanair comprasse a TAP de uma vez por todas para renascer muito maior !