A Ryanair anunciou que vai recorrer da sentença da Autoridade da Concorrência do Reino Unido (CMA) que obriga a companhia low-cost irlandesa a reduzir até um máximo de 5% a sua participação na também irlandesa Aer Lingus.
A sentença da CMA confirma a decisão provisória tomada em Agosto de 2013 e a Ryanair vai, agora, enviar um recurso para o Tribunal de Relação da Concorrência e para o Supremo Tribunal do Reino Unido.
De acordo com os analistas, esta decisão da Concorrência abre caminho para que a IAG conclua a compra da Aer Lingus. Recorde-se que a proprietária de British Airways, Iberia e Vueling oferece 1 300 milhões de euros (2,55 euros por acção) por 100% da companhia.
O segundo maior accionista da companhia irlandesa, o Estado da República da Irlanda, que detém 25% do capital da companhia, já aceitou a oferta. A Ryanair detém 29,8%.
O comunicado da Ryanair, assinado pelo porta-voz da companhia, Robin Kiely, recorda que o “único argumento” da CMA para obrigar ao desinvestimento na Aer Lingus é o facto de a participação “prevenir ou poder prevenir” ofertas de compra de outras companhias. “As recentes ofertas apresentados pela IAG para comprar a Aer Lingus recusam totalmente e minam as falsas teorias e provas inventadas sobre as quais a CMA cimentou a sua insustentável ordem de desinvestimento”, refere Kiely.
O responsável pela investigação da CMA neste tema, Simon Polito, considera, pelo contrário, que a oferta da IAG é que prova a premência da decisão. “Os últimos acontecimentos demonstram que a Ryanair pode decidir se a oferta de compra apresentada pelo que pode ser o seu principal concorrente nas rotas entre o Reino Unido e a Irlanda tem êxito ou fracassa”.
“Passe-se o que se passe com esta operação [se a Ryanair aceita a oferta da IAG], eliminaremos o domínio que tem sobre a Aer Lingus”, reforça.