Até ao final do ano, a SATA Cargo vai dar incentivos aos transitários que adiram à eAWB. Depois, os retardatários arriscam ser penalizados.
A novidade e o aviso foram deixados em mais um evento promovido pela SATA Cargo para promover a eAWB, agora em Lisboa. A inicitiva contou, mais um vez, com o apoio da IATA, Maeil, Champ e TRANSPORTES & NEGÓCIOS.
Os incentivos serão concedidos sob a forma de um desconto da SATA Cargo aos transitários que atinjam mensalmente um mínimo de 50% de cartas de porte electrónicas para os destinos em que elas já podem ser usadas. Aqueles que ultrapassarem os 75% terão ainda uma majoração, avançou a Coordenadora de Carga e Correio na SATA.
Quitéria Andrade não quantificou o valor do desconto, que será apenas comunicado aos transitários que aderirem, mas sublinhou ser um incentivo mais a juntar às vantagens que a eAWB proporciona.
Os incentivos vigorarão até 31 de Dezembro e não serão renovados, garantiu. Sobre o que acontecerá a partir de 1 de Janeiro de 2023 aos retardatários, a responsável da SATA Cargo escusou-se a falar em penalizações, mas admitiu que poderá haver um tratamento diferenciado na tramitação das cargas.
Portugal é dos países mais atrasados na adopção da carta de porte electrónica, alertou Hugo Duarte Fonseca (Maeil), num momento em que a IATA aposta em fechar o ano com uma taxa de adesão de 100% e em que já está a trabalhar nos passos segiuintes do eFreight, sublinhou o representante da IATA.
Francisco Bataglia lembrou o exemplo do aeroporto de Madrid para apelar o desenvolvimento das comunidades de carga aérea nos aeroportos nacionais e alertou para os riscos de perda de competitividade – e de mercadorias – para aeroportos concorrentes.
E é difícil aderir à eAWB? De novo, Hugo Duarte Fonseca disse que não. Nem difícil, nem caro, sustentou, exemplificando com o custo mensal de 60 euros/utilizador para a adesão a uma solução disponível online.
De resto, a digitalização da carga aérea, que deu o mote ao encontro, será também ela uma inevitabilidade, concordaram todos os oradores convidados. Porque poupa tempo e dinheiro, porque é mais amiga do ambiente (menos papéis a viajar, desde logo) e porque permite trabalhar melhor.
Por tudo isso, a SATA aposta em chegar ao final do ano com todos os processos digitalizados, avançou Pedro Dutra Sousa, que está a liderar o processo na companhia açoreana.