A SATA Cargo pretende atingir uma taxa de utilização da eAWB de 80% até ao final do ano corrente. Para isso, aposta na promoção do conceito e em incentivos. O TRANSPORTES & NEGÓCIOS é parceiro.
Depois de Ponta Delgada, a SATA Cargo rumou ao Porto para promover junto dos transitários nortenhos a digitalização da carga aérea, e desde logo a utilização da carta de porte electrónica (eAWB). A acompanhá-la estiveram de novo a IATA, a Champ, a Maeil, o TRANSPORTES & NEGÓCIOS e, desta feita, a Portocargo.
Actualmente, a taxa de penetração da eAWB é de 65%, no caso da SATA Air Açores (operações inter-ilhas), e de apenas 28% na SATA Internacional. A discrepância explica-se, em parte, pela impossibilidade prática de utilizar a eAWB nos envios para alguns mercados, mas ainda assim a companhia açoreana, pioneira na digitalização da carga aérea em Portugal, quer mais e depressa: chegar ais 80% no final do ano corrente. Um objectivo ambicioso mas atingível, consideram Quitéria Andrade e Pedro Dutra Sousa.
De resto, a ideia é não ficar pela eAWB e avançar já para a digitalização de outros documentos associados à carga aérea, referiram os dois responsáveis da SATA.
Para isso, e para além da divulgação das vantagens da digitalização, a companhia prepara um pacote de incentivos aos transitários, para vigorar até ao final do ano e premiar os que mais utilizem os processos digitais. As condições serão conhecidas em breve.
Do lado da IATA, o objectivo é ainda mais ambicioso, apontando-se para uns “teóricos” 100% de adesão, a nível global, até ao final do ano, lembrou Francisco Bataglia.
De resto, praticamente ganha que estará a causa da eAWB, o próximo desafio que a associação das companhias aéreas lança ao mercado dá pelo nome de ONE Record, e que visa estandardizar todas as comunicações relativas à carga aérea, com isso abrindo caminho à desmaterialização de todos os 35 documentos que ainda hoje continuam a encher vários Jumbos a cada ano que passa. Na prática, é o retomar do e-Freight, com a vantagem, espera-se, de envolver todos os stakeholders desde o primeiro momento.
Cristina Toscano (Champ) e Romeu Klug (Maeil) trataram de evidenciar as vantagens práticas da utilização das soluções propostas para a digitalização da carta de porte, tendo ficado evidente que elas vão para além da simples desmaterialização de um documento.
Na mesma linha, Hugo Duarte da Fonseca (Maeil) sublinhou o carácter dinâmico e estratégico da digitalização, algo que deverá ser considerado no momento de os transitários decidirem investir nas novas soluções tecnológicas.
Se dúvidas houvesse, Sara Sousa (Portocargo) garantiu as vantagens da adopção da eAWB, e não só, em termos de facilitação dos procedimentos e na melhoria da qualidade do serviço prestado, com a automatização de procedimentos e a antecipação das necessidades de informação aos clientes.