O plano de reestruturação da SATA prevê o regresso aos lucros já em 2023, avançou o presidente da empresa.
“Se conseguirmos concretizar tudo como temos planeado, por um lado, e se não houver um agravamento das condições pandémicas ou outras coisas quaisquer que possam vir a surgir, as iniciativas confluem para que 2023 seja, de facto, um ano de inversão e a operação se torne sustentável a partir daí”, declarou Luís Rodrigues aos jornalistas.
No plano de reestruturação estima-se para este ano uma perda de 28 milhões de euros, enquanto em 2022 o resultado deverá andar perto do zero e, em 2023, já são admitidos lucros na casa dos 23 milhões de euros.
Os números finais de 2020 ainda não são conhecidos, mas as duas transportadoras da SATA fecharam o terceiro trimestre do ano passado com prejuízos de 61 milhões de euros, valor superior aos 38,6 milhões negativos do período homólogo de 2019..
A melhoria projectada passa muito por um programa de poupanças de 68 milhões de euros até 2025, mediante a a reestruturação da frota, a eficiência operacional, a negociação com fornecedores e a agilização do trabalho.
Neste último campo, Luís Rodrigues referiu a redução salarial e a saída negociada de trabalhadores. O corte dos salários de 10% será aplicado aos vencimentos acima dos 1 200 euros brutos mensais. Já no que se refere à saída dos trabalhadores, o gestor declarou que saíram já, em regime de reformas antecipadas ou pré-reformas, um total de 48 quadros, sendo esperadas mais 100 saídas até 2023.
A SATA pediu recentemente um auxílio estatal de 133 milhões de euros, operação aprovada por Bruxelas e que segue em paralelo com o plano de reestruturação.
No entanto, a Comissão Europeia abriu um procedimento para Portugal provar que os três aumentos de capital recentes na transportadora açoriana não foram ajudas do Estado.