Depois da míngua, a fartura de contentores vazios pode ameaçar as cadeias logísticas globais, avisa a Sea Intelligence.
Companhias de shipping e locadoras de contentores devem começar já a preparar-se para o excesso de contentores vazios que se amontoarão nos terminais e depósitos à medida que os fluxos de mercadorias retomem a normalidade, segundo a consultora dinamarquesa.
Parece brincadeira, mas o caso é muito sério. No pico da pandemia, com o excesso de procura relativamente à oferta de de transporte, carregadores e transportadores deitaram mão a todos os contentores disponíveis no mercado; agora que se espera o regularizar das cadeias de abastecimento algures no segundo semestre deste ano, é de esperar que a situação se inverta e se assista a excesso de oferta sobre a procura.
Só no trans-Pacífico, o tráfego que mais cresceu no último ano, ao ponto de ultrapassar o Ásia – Norte da Europa, a Sea Intelligence estima que se possa falar em 3,5 milhões de TEU sem cargas.
A situação representará uma dor de cabeça para os operadores, as locadoras, os operadores de terminais e de depósitos de contentores, com os seus efeitos a poderem estender-se ao longo das cadeias de abastecimento… outra vez.
O caso do trans-Pacírfico será, tudo o indica, o mais grave, mas a consultora avisa que a situação poderá também verificar-se na Europa e os seus efeitos estenderem-se até 2023.