O SEAL propõe-se recorrer aos tribunais para recuperar os valores em dívida aos estivdores que, diz, em Lisboa “atingem vários milhões de euros”.
Em comunicado, o sindicato estivadores SEAL anuncia que “já mandatou o seu departamento jurídico para accionar as empresas por valores em dívida aos trabalhadores” e acrescenta que “irá solicitar também a esse mesmo departamento que estude a possibilidade de accionar, civil e criminalmente, os membros da Direcção da AETPL e os sócios/únicos clientes da mesma, pelo facto de terem permitido que esta os beneficiasse enquanto obteve lucros e que agora não estão na disposição de repor o seu equilíbrio financeiro através do pagamento dos custos reais do trabalho que lhes é prestado pelos trabalhadores da AETPL”.
O comunicado de hoje surge na sequência da carta difundida na semana passada pela AETPL, onde é proposta uma redução de 15% dos salários do estivadores e o fim das progressões automáticas.
A propósito, o sindicato de estivadores sublinha o facto de a carta ser assinada por representantes do Grupo Yilport e do TMB e não do Grupo ETE, sugerindo que “existe um facção na AETPL que tem, ou acha que tem, o direito de falar em nome de todas as empresas portuárias que operam no Porto de Lisboa”.
Em jeito de resposta à proposta da AETPL, o SEAL insiste na denúncia da “gestão danosa”, uma vez que, diz, é “agora claro que o trabalho prestado pelos trabalhadores da AETPL – que há 17 meses que têm salários em atraso, por não serem pagos atempadamente – tem servido para as empresas tirarem benefícios financeiros directos, sem que estas suportem os custos reais de tal trabalho”. E reforça: “não há actualização de tarifário há mais de 25 anos, sendo de referir que o mesmo parece não se ter verificado com os valores da chamada factura portuária”.
O sindicato “lamenta que as coisas tenham chegado a este ponto”, mas avançará para os tribunais, não excluindo outras medidas “que, porventura, se venham a mostrar adequadas”.