Sem surpresa, ANTRAM e sindicatos divergem na reacção aos serviços mínimos decretados pelo Governo para a greve dos motoristas.
“Declarar emergência energética e instituir serviços mínimos é conduta de um Governo socialmente responsável”, disse à “Lusa” o porta-voz da ANTRAM (Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias), André Matias de Almeida.
“Cinquenta por cento é mais do que justo”, referiu o representante da ANTRAM, considerando que o Executivo “aprendeu com o que aconteceu na greve de Abril, em que o sindicato [Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas] e os trabalhadores incumpriram os serviços mínimos”.
Matias de Almeida acrescentou que o Executivo não tinha grande margem de manobra devido à intransigência do sindicato, lembrando que numa reunião mantida em 15 de Julho com todas as partes, os trabalhadores tinham avisado que se recusariam a fazer cargas e descargas durante o período da greve, mesmo que fossem
declarados serviços mínimos.
“Na prática, essa atitude era mais uma ameaça de incumprimento”, salientou o porta-voz da ANTRAM.SNMMP
SNMMP denuncia “ditadura”
“É uma vergonha, vivemos numa ditadura”. Foi assim que Pedro Pardal Henriques, vice-presidente do SNMMP (do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas) classificou a decisão do Governo.
“Hoje, dia 7 de Agosto, deveria ser feriado, porque o que os senhores ministros acabaram de fazer foi retirar todos os direitos aos portugueses e aos trabalhadores”.
“É uma vergonha. Pela primeira vez, sinto-me envergonhado de ser português”, reforçou.
Com os serviços mínimos impostos pelo Governo, a “greve existe, mas só de nome e para tirar salários aos trabalhadores que fizerem greve, porque têm se servir exactamente como se não estivessem em greve”.
“O que foi declarado hoje foi um atentado à democracia. Vivemos numa ditadura sob a capa de um país democrático” (…) “Neste momento, vamos reflectir sobre esta barbaridade que aconteceu aqui, vamos conversar com os nossos sócios”, rematou o dirigente do SNMMP.
SIMM vai contestar
“Vamo-nos concentrar na impugnação dos serviços mínimos”, disse”Anacleto Rodrigues, porta-voz do SIMM (Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias) à “Lusa”.
“Enquanto cidadão estou triste, porque o Governo desrespeitou a Constituição”, afirmou, acrescentando que “enquanto motorista” ficou “revoltado” com o decreto do Executivo.
Questionado se a greve tem condições para continuar, o representante do SIMM disse que “com certeza” que a paralisação irá avançar.
“O Governo, em detrimento de sair em defesa dos trabalhadores, saiu em defesa dos grandes grupos económicos”, considerou Anacleto Rodrigues.
O porta-voz do SIMM foi mais longe e afirmou ainda que “qualquer classe profissional em Portugal acaba de observar que qualquer direito lhe pode ser retirado”.
Este desgoverno da geringonça não é capaz de reconhecer sua incompetência desde 25 Abril que a ilegalidade patrões mantém a pouca vergonha de pagarem “por fora” aos seus camionistas cerca de 50 % salários fugindo ao pagamento da Segurança Social e é o ministro da tutela que ontem fez anúncio dos serviços mínimos em Portugal os problemas resolvem-se pelo fim em de pelo princípio, pouca vergonha