Em comunicado, a Administração do Porto de Setúbal rejeita qualquer ligação entre as mortes de golfinhos e as dragagens no estuário do Sado.
Associações ambientalistas denunciaram as mortes de cinco golfinhos nas águas do Sado, nos últimos dias de Dezembro e arranque de 2020, atribuindo-as às “consequências devastadoras” das dragagens em curso no rio para melhoria das acessibilidades marítimas ao porto de Setúbal. Em resposta, a administração portuária negou as acusações, invocando “informação recebida por parte do ICNF”. Assim_
“1. Foi registado o arrojamento de 4 golfinhos oceânicos comuns, entre o Carvalhal e a Comporta, no final do mês de Dezembro, sendo que a morte destes mamíferos se prende com as condições climatéricas extremas que se verificavam à época;
“2. A 13 de Janeiro foi avistado por pescadores, fora do Estuário do Sado, um cetáceo morto, que não foi recolhido pelo que não se conhecem as causas da morte desconhecendo-se o seu paradeiro;
“Em nenhum dos casos se verifica qualquer ligação às operações inerentes ao Projecto de Melhoria das Acessibilidades Marítimas ao Porto de Setúbal”.
No comunicado divulgado, a APSS insiste em que “de acordo com o previsto na Declaração de Impacte Ambiental, desenvolveu um numeroso conjunto de estudos, tendo contratado especialistas de reconhecido mérito nestas matérias que trataram de forma exaustiva e científica todas as questões relativas aos impactes no ecossistema” e que a “execução da obra tem sido acompanhada pela implementação de um Plano de Monitorização”.
As denúncias das associações ambientalistas motivaram, entretanto, o Bloco de Esquerda a questionar, no Parlamento, o ministro do Ambiente “Porque continuam as dragagens apesar das consequências devastadoras para a saúde pública, para a economia local, para as actividades turísticas e sociais, para o ecossistema da reserva do Sado, quando até já morreram nos últimos dias cinco golfinhos e várias gaivotas?”.