O sector do shipping não está no bom caminho para cumprir os objectivos de descarbonização. Faltam combustíveis e navios preparados para os utilizar.
Os alertas estão nas conclusões de um estudo da consultora UMAS, que inclui especialistas do Instituto de Energia da University College de Londres, apresentado ontem no Fórum Marítimo Global, em Atenas.
No essencial, será difícil que os combustíveis de emissões zero representem 5% dos combustíveis do transporte marítimo internacional até 2030, pondo em risco o objectivo de descarbonização do shipping para 2050. Na verdade, sustenta o estudo, a produção prevista de combustíveis de zero emissões deverá responder apenas a cerca de um quarto as necessidades ate 2030.
De resto, acrescentam os autores, também do lado da procura os progressos estão a ser menores que o desejado e o desejável. No final de 2022, contavam-se apenas 24 em operação capazes de funcionar com combustíveis verdes, maioritariamente metanol, e estavam encomendados outros 144. A este ritmo, as encomendas representam apenas um quinto do necessário para cumprir os objectivos a médio prazo, conclui o estudo.
O transporte marítimo global é responsável por cerca de 3% das emissões mundiais de GEE.
Este ano, a Organização Marítima Internacional fixou o objectivo de 5% de energias com emissões zero nos combustíveis para o transporte marítimo internacional até ao final da década, mas salientando que a indústria deve esforçar-se por atingir os 10% .
Cinco a 10% da procura de combustível para o transporte marítimo em 2030 corresponderia a cerca de 5,3 milhões de toneladas métricas de hidrogénio, 29,8 milhões de toneladas métricas de amoníaco ou 28,1 milhões de toneladas métricas de metanol.
Estima-se que a indústria terá de investir anualmente cerca de 40 mil milhões de dólares no abastecimento e na produção de combustíveis verdes.