A Drewry reviu a previsão de lucros do shipping de contentores para 80 mil milhões de dólares, mas admite que se chegue aos 100 mil milhões.
No seu último Container Forewcaster, a Drewry aumentou, de 35 mil milhões para 80 mil milhões de dólares a previsão de lucros para o shipping de contentores no ano em curso.
Mas, a manter-se a tendência actual, de forte procura e alta dos fretes, a Drewry admite que o sector atinja os 100 mil milhões de dólares de lucros. O que representará triplicar o actual recorde. Na verdade. sublinha a consultora, só no primeiro trimestre os lucros superaram os de todo o ano passado…
Segundo a Drewry, os volumes transportados continuarão a crescer ao longo do terceiro terceiro e mesmo até ao final do ano, antecipando por isso um crescimento anual do mercado na casa dos 10%.
A tendência manter-se-á em 2022, ainda que atenuada pela transferência do consumo para os serviços à medida que as restrições impostas pela Covid-19 sejam levantadas. Nesse contexto, com os fretes em baixa e os custos em alta, a Drewry estima que o EBIT se reduza em cerca de um terço.
Para 2023, com a entrada no mercado de muitos navios novos, voltam os riscos de alguma sobrecapacidade. Este ano, a frota mundial de porta-contentores deverá crescer apenas 4,2% e 2,8% em 2022, mas no entretanto as encomendas estão próximas do recorde de 2,7 milhões de TEU, registado em 2007. m
Ainda sobre os lucros, a Drewry sublinha que, num contexto atípico, os operadores se preparam para ganhar num ano aquilo que imaginariam conseguir numa década.
Lars Jensen, por seu turno, avança com outra perspectiva, lembrando que, a confirmarem-se as previsões, o sector conseguirá recuperar, num ano apenas, o valor que destruiu ao longo de duas décadas (em 2018, a McKinsey calculou em 100 mil milhões de dólares as perdas registadas pelo sector nos 20 anos anteriores).