![Contos impopulares [i]](https://www.transportesenegocios.pt/wp-content/uploads/2022/02/Fernando-Grilo-1-1.jpg)
As companhias de shipping de contentores terão lucrado 10,2 mil milhões de dólares no segundo trimestre, beneficiando do aumento da procura e da crise do Mar Vermelho.
As contas são do analista norte-americano John McCown (Blue Alpha Capital) e resultam da extrapolação dos resultados trimestrais divulgados por 11 dos maiores players do shippping de contentores que, juntos, concentrarão 64,5% do mercado. Os lucros estimados de 10,2 mil milhões de dólares representam um crescimento de 87,7% face aos 5,4 mil milhões calculados para o primeiro trimestre. Mas ficam apenas 14,7% dos 8,9 mil milhões registados no período homólogo de 2023.
O segundo trimestre de 2024 foi o segundo trimestre consecutivo de subida de lucros, depois de uma baixa que se prolongou por seis semestres e que sucedeu a sete trimestres em alta, com contínuos recordes absolutos, sublinha o analista.
John McCown atribui o aumento dos lucros das companhias à crise do Mar Vermelho (que está a obrigar ao desvio dos navios para a Rota do Cabo, aumentando os preços e reduzindo a capacidade disponível) e ao aumento da procura: cerca de 6%, refere, depois de uma subida de 8% no primeiro trimestre, E a tendência será para manter, antecipa.
Com o contributo do segundo trimestre, os lucros da indústria do shipping de contentores nos últimos 12 meses terão ascendido a 17,7 mil milhões de dólares. Um resultado globalmente positivo, mas que fica longe (84,8% abaixo) dos 116,9 mil milhões de dólares registados nos 12 meses completados no segundo trimestre de 2023.
Entre as 11 companhias consideradas, a COSCO foi a que apresentou o maior resultado líquido no segundo trimestre de 2024 (1,4 mil milhões de dólares), seguida da CMA CGM (1,1 mil milhões) e da Evergreen (949 milhões).
Em termos de margens (lucros sobre receitas), Evergreen, Yang Ming e HMM apresentam os melhores resultados com 28,8%, 26,4% e 24,8%, respectivamente, calcula o líder da Blue Alpha Capital.
Será que os reguladores continuam à espera de mais uma crise inflacionária cuja causa principal está refletida no gráfico e que resulta da concertação de preços e da integração vertical de toda a cadeia logística?