Nos últimos três anos, as companhias de shipping de contentores lucraram mais do que no acumulado de toda a história do transporte marítimo de contentores, estima a Sea-Intelligence.
No ano passado, as companhias de shipping de contentores terão alcançado um EBIT agregado de 208 mil milhões de dólares, calcula a consultora, com base nos dados tornados públicos pelas empresas cotadas e assumindo que as demais terão tido performances em linha com o mercado.
O resultado de 2022 compara com os 164 mil milhões de EBIT registados em 2021, que pulverizou o EBIT de 24 mil milhões de dólares de 2020, o primeiro ano de pandemia.
Contas feitas, em três anos apenas, o sector terá acumulado lucros de 396 mil milhões de dólares. Um valor estratosférico que a Sea-Intelligence arrisca dizer ser maior do que os ganhos em toda a história do sector.
“Ainda que seja difícil calcular o EBIT do sector ao longo da história, pelas nossas melhores estimativas os transportadores terão realizado nos últimos três anos lucros operacionais muito superiores ao que terão alcançado nos 63 anos anteriores, desde a viagem inaugural do primeiro contentor marítimo”, refere a consultora na sua mais recente newsletter.
Mas 2023 será substancialmente diferente. Aliás, o último trimestre de 2022 já foi de quebra e a tendência é para manter-se.
A Drewry previu recentemente que o sector deverá alcançar este ano lucros de apenas 15 mil milhões de dólares.
E na apresentação dos resultados anuais várias companhias avançaram previsões em forte baixa para o ano corrente. Dois exemplos: a Maersk prevê um EBIT de 2-5 mil milhões de dólares (30,9 mil milhões em 2022) e a Hapag-Lloyd aponta para 2,1-4,3 mil milhões de dólares (18,5 mil milhões há um ano).