Os transportes marítimo e aéreo estão fora do rascunho final do acordo que vai sair da COP21, a conferência da ONU sobre o clima, que se realiza em Paris até amanhã (dia 11).
Ambos os sectores constavam das primeiras versões do rascunho a assinar pelos países na conferência, mas a última versão retirou o parágrafo em que eram citados. Estes modos de transporte representam 5% do total mundial de emissões, pelo que a sua ausência do documento pode colocar em perigo a meta de controlo do aumento da temperatura mundial do planeta abaixo de 2 graus centígrados.
O transporte marítimo não está satisfeito com a exclusão. “Estamos decepcionados e esperamos ser reintroduzidos antes que a COP21 acabe”, disse Kornerup Bang, responsável pela estratégia de sustentabilidade na AP Moller-Maersk.
“Não conseguiremos atingir o objectivo de 2 graus sem incluir os principais emissores”, afirmou Matthias Groote, membro do Parlamento Europeu.
As ONG Seas at Risk e Transport & Environment (T&E) são da mesma opinião. “Se classificados como países, a aviação global e o shipping estariam ambos no ‘top’ dez com mais emissões. Nos anos mais recentes, as suas emissões cresceram o dobro da economia global – uma subida de 80% das emissões de CO2 entre 1990 e 2010 contra 40% da economia global – e as previsões apontam para que em 2050 tenham aumentado até 270%”, referiram as duas entidades, em comunicado.