A Comissão liquidatária da Silopor rejeitou a nova proposta de acordo de empresa entregue pelos representantes dos trabalhadores, e terá contraposto uma reformulação “muito abaixo” das reivindicações.
“Foi apresentada [a nova proposta de acordo de empresa]. A comissão liquidatária não aceitou e apresentou uma reformulação. Vamos fazer chegar essa informação aos trabalhadores. A proposta está muito abaixo. Os trabalhadores dirão o que fazer”, afirmou à “Lusa” Célia Lopes, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).
A contraproposta apresentada pela comissão liquidatária prevê um aumento de cinco euros face ao valor que já tinha sido apontado pelo Governo, fixando a actualização da salarial em cerca de 61 euros, o que o sindicato defendeu ser “manifestamente insuficiente”. A sindicalista lamentou o que disse ser “um ato de gestão” e lembrou que os trabalhadores não tiveram resposta a questões como a valorização das carreiras.
Os delegados do CESP que estiveram na reunião de hoje vão agora informar os trabalhadores e, posteriormente, decidir os próximos passos, como a convocação de plenários. A próxima reunião com a comissão liquidatária deverá ocorrer para a semana, mas ainda não foi fixada uma data, uma vez que o presidente desta renunciou ao seu mandato, uma decisão que terá efeito a partir de sexta-feira.
“Estamos a entrar em Março e não temos condições para que este assunto se arraste”, assinalou Célia Lopes. A greve ao trabalho suplementar na Silopor acabou por ser desconvocada com a marcação da reunião.
A Silopor, principal empresa portuária de armazenamento de granéis sólidos alimentares, que faz a gestão dos silos da Trafaria, em Almada, e do Beato, em Lisboa, é responsável pelo descarregamento e armazenamento de mais de metade dos cereais importados por Portugal.
A empresa entrou em processo de liquidação em 2000, por imposição da Direção Geral da Concorrência da União Europeia, e tem sido gerida, desde então, por uma comissão liquidatária com mandato até 2025.
Há cerca de uma semana, o “Jornal de Negócios” deu conta que o futuro da Silopor passará pela liquidação e pela transmissão da gestão dos terminais e silos para uma sociedade a constituir pela Administração do Porto de Lisboa, a quem competirá, promover um concurso público internacional para nova concessão no prazo de um ano e meio.