SNMMP e FECTRANS criticam o acordo entre a ANTRAM e o Governo que, alegadamente, isenta de quarentena os motoristas do transporte internacional.
“Depois da Direcção-Geral da Saúde [DGS] ter anunciado que, quem entrasse em Portugal, a partir desta última segunda-feira, seria obrigado a ficar em isolamento profilático durante duas semanas, e a ANTRAM ter considerado a medida demasiado violenta e com um impacto muito grande nas empresas, chegou hoje a um entendimento com o Governo para que os motoristas tenham via verde na passagem de fronteira […], em suma, abandonados à própria sorte”, criticou, em comunicado, o SNMMP.
A estrutura sindical regista com “profundo desagrado esta decisão”, que coloca “em risco” os motoristas, as suas famílias e todos os portugueses, lembrando que já tinha alertado que estes profissionais continuam a trabalhar sem equipamentos de protecção individual.
“Confirmamos, mais uma vez, que os motoristas, que são tão importantes para a nossa sociedade, continuam a ser maltratados e marginalizados pelo Governo, e pela ANTRAM, a quem só interessa factores económicos”, notou o sindicato liderado por Francisco São Bento.
Assim, o SNMMP disse que, “tendo em conta as políticas irresponsáveis e salazaristas deste Governo, em conivência com as empresas”, se algum motorista for infectado pela Covid-19, não hesitará, “até à última instância”, em pedir
responsabilidades a estes.
Também a FECTRANS manifestou “a sua oposição ao acordo feito entre o Governo e uma associação patronal do sector de mercadorias, que suspende a medida dos trabalhadores motoristas do transporte internacional, que apontava para um período de isolamento profilático a todos os que regressassem a Portugal”, defendeu, em comunicado, a federação.
A isenção do cumprimento do período de quarentena obrigatória pelos motoristas do transporte rodoviário internacional não foi ainda anunciada, nem pelo Governo, nem pela ANTRAM.