Sindicatos da Portway anunciaram quatro dias de greve total e greves ao trabalho suplementar e em feriados por tempo indeterminado.
Numa nota assinada pelos sindicatos da Portway, Simamevip, Sitava, STHA e Sindav, é dito que a greve “a todo o trabalho suplementar” iniciar-se-á já no próximo dia 19 do corrente, enquanto a partir de 1 de Agosto haverá também greve “ao trabalho em dia feriado que seja dia normal de trabalho”. Em ambos os casos os protestos prolongar-se-ão por tempo indeterminado.
Já as greves totais acontecerão nos dias 30 e 31 de Julho e 5 e 6 de Agosto, acrescenta-se.
Segundo os sindicatos, a Portway/Vinci “entendeu não prosseguir um caminho de diálogo, provocando uma situação de conflito” e levando à apresentação, hoje, do pré-aviso de greve, “por trabalho digno e com direitos” e em resposta ao que classificam como um “ataque” por parte da empresa.
As estruturas sindicais argumentam que, após oito meses de aplicação do acordo de empresa (AE2020), que prevê que “o trabalho prestado em dia feriado, que seja dia normal de trabalho, dará direito a um acréscimo de 50% da retribuição correspondente”, a empresa decidiu, “unilateralmente, alterar a forma de cálculo do pagamento dos feriados em escala, ao arrepio do espírito que havia sido acordado (alteração do coeficiente 1,50 para 0,50)”.
Os sindicatos recordam que, entre Março de 2022 e Maio de 2023, decorreu um processo de prevenção de conflitos requerido pela Portway “alegadamente com o objectivo de ‘fazer convergir as estruturas sindicais na adopção de um instrumento único de regulamentação colectiva’ (um único AE), bem como ‘manter um clima de paz social'”, assegurando que “participaram sempre nesse processo de forma construtiva e de boa-fé, conforme já haviam estado no processo negocial de 2019/20”.
Contudo, após a 16.ª reunião de negociação realizada em 24 de Maio passado na DGERT, os sindicatos acusam a Portway de, “tanto pelas acções, como pelas omissões”, estar “a direccionar os seus trabalhadores a filiarem-se numa determinada organização”, numa atitude que consideram ser “absolutamente inqualificável”.
No passado 31 de Maio, o STTAMP convocou também uma greve na Portway, entre 1 de Julho e 31 de Janeiro de 2024, exigindo a adesão ao acordo de empresa, alegando que a empresa mostra “total indiferença à necessidade de auscultar esta organização sindical representativa dos trabalhadores”.