O porto de Sines poderá estar mais perto de ser uma porta de entrada do GNL para a Europa, desígnio que tem esbarrado na falta de ligações além-Pirinéus.
A necessidade de tornar a Europa independente do gás natural russo poderá dar o alento decisivo ao projecto de Portugal de tornar Sines a porta de entrada do GNL para a Europa.
De acordo com Marques Mendes, a Comissão Europeia estará agora empenhada em resolver o problema da ligação da Península Ibérica à rede de distribuição de GNL europeia., através dos Pirinéus, o que essencialmente passa por decidir quem paga o investimento necessário e calculado em 442 milhões de dólares.
Superada essa barreira, o que em qualquer caso ainda demorará alguns anos, Sines estará em condições de abastecer a Europa de GNL proveniente de outras paragens, e desde logo dos EUA, que há muito se mostraram interessados nessa solução.
Ao “Negócios”, José Luís Cacho, presidente do Porto de Sines, garantiu que o porto tem capacidade para novimentar mais GNL e, mais, pode acolher um novo terminal para o efeito, se tal se revelar necessário.
O Terminal de Gás Natural de Sines começou a operar em 2003 e está concessionado à REN Atlântico. Por ali já passa hoje mais de 50% do gás natural consumido em Portugal.
Com um único posto de acostagem, com fundos de -15 metros, o terminal pode receber navios metaneiros de até 225 mil m3 de capacidade. A capacidade de armazenagem é de 390 mil m3, dividida por dois dois tanques de 120 mil m3 cada e um tanque de 150 mil m3. Disponíveis estão ainda uma central de regaseificação, para injecção do gás natural na rede nacional de alta pressão, e uma central de enchimento para auto-tanques.
O reforço da capacidade de armazenamento é também admitida por José Luís Cacho.
Em alternativa ao abastecimento por gasoduto, há também a possibilidade de Sines fornecer gás a outros portos por navio. Ainda em 2019, a então ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, deu conta de um projecto de reexportação de GNL para a Polónia.
O que não falta em Sines é MUITO espaço para expandir a infraestrutura de GAZ, assim haja vontade política da França e da Alemanha que mandam na UE ainda que nem sempre de forma inteligente como se está a Ver agora.