O projecto H2Sines.Rdam, de produção de hidrogénio verde em Sines e posterior transporte para Roterdão, foi descontinuado pelos seus promotores.
A notícia é avançada pelo “Hydrogen Insigth”, que a confirmou junto de fontes da Shell e da Engie, dois dos promotores (a par da Vopak e da Anthony Veder) do projecto de 400 MW previsto para Sines.
Ao contrário dos anúncios da intenção de investimento, que contaram até com a presença do então ministro Pedro Nuno Santos, o cancelamento do projecto, decidido já em Outubro do ano passado, não foi divulgado.
A “falta de regulamentação clara” e a “actual maturidade do mercado-alvo, bem como a ausência de infra-estruturas suficientes” são as justificações avançadas para a decisão de abandonar a iniciativa. Que todavia estava na calha para receber um importante co-financiamento do Fundo de Inovação da UE.
O projecto previa a produção do hidrogénio verde numa unidade a instalar na Zona Industrial e Logística de Sines, com posterior conversão para hidrogénio líquido, para exportação por via marítima a partir do porto de Sines.
O cronograma apontava para o arranque das exportações em 2027, com uma produção diária de cerca de 100 toneladas, com capacidade para crescer à medida do mercado.
O “Hydrogen Insigth” sustenta que alguns analistas estão cépticos quanto à possibilidade de as remessas comerciais de hidrogénio verde serem algum dia economicamente viáveis, dado o elevado custo da liquefacção e a baixa densidade energética por volume.
Acresce o facto, lembra, de não existirem navios capazes de transportar grandes quantidades de hidrogénio líquido. “Apenas um iniciou operações até ao momento: o Suiso Frontier, do Japão, capaz de transportar 1 250 metros cúbicos de hidrogênio (ou menos de 100 toneladas).