Depois de ter crescido mais de 50% em 2009, para os 380 mil TEU, Sines planeia dar mais um salto este ano e chegar aos 480 mil TEU, avançou Lídia Sequeira ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS.
No ano passado, de acordo com os números divulgados pela administração portuária, foram as exportações o fermento que fez empolar os números de movimentação das cargas em Sines. Só na carga contentorizada contabilizaram-se cerca de 2,2 milhões de toneladas, num total de cerca de 4,5 milhões de toneladas movimentadas em contentores.
Os números de exportação consideram as cargas oriundas de Portugal, e também as que chegam a Sines por via terrestre (oriundas, nomeadamente, da Extremadura espanhola), para serem expedidas pelo porto alentejano. De fora ficam, garante Lídia Sequeira, os movimentos de transhipment.
Para este ano a previsão orçamentada pela APS para o Terminal XXI é de “480 mil TEU”, avançou a presidente do porto. O que representará um crescimento de 26% e colocará a PSA Sines muito perto do TCL, até agora o operador de terminais de contentores em Portugal.
A concessionária está a investir na ampliação do Terminal XXI e a APS acaba de consignar a obra de prolongamento do Molhe Leste, em mais 400 metros, para os 1 500 metros. Os trabalhos deverão ficar concluídos no primeiro semestre de 2012 e, além de aumentarem a protecção aos navios, garantirão fundos de -17 metros.
O investimento atinge os 40 milhões de euros, metade dos quais será auto-financiada com os meios libertos “ao longo do período de execução física e financeira da obra”, adiantou a presidente da APS.
Uma situação possível porque a administração portuária concluiu entretanto a liquidação do endividamento, num montante de 75 milhões de euros. O pagamento foi feito “faseadamente, desde o ano de 2005, inclusive”, acrescentou, e contou também com o encaixe da concessão do terminal de granéis líquidos, que rendeu 51 milhões de euros em 2008. Logo na altura se falou na “limpeza” do passivo; “no entanto, a dívida ao BEI do Molhe Oeste não podia ser amortizada antecipadamente, facto que implicaria penalizações que uma análise custo-benefício não aconselharia”, precisou Lídia Sequeira ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS.