O porto de Sines aspira a tornar-se tornar-se um hub europeu para o tráfego de cereais, anunciou José Luís Cacho no congresso da Adfersit.
Com o fim da movimentação do carvão, o porto de Sines busca alternativas para aproveitar as capacidades existentes no seu terminal multipurpose. O agronegócio é a principal aposta. Tanto no import-export, com extensão a Espanha, como no transhipment, que tão bons resultados tem tido nos contentores.
Intervindo no painel do congresso da Adfersit dedicado ao hub portuário [de Sines], José Luís Cacho deu conta da intenção de tornar o porto alentejano uma plataforma para os cereais oriundos da América Latina e destinados à Europa ou a África, recebendo-os, armazenando-os, transformando-os se for o caso e distribuindo-os.
A propósito, o presidente da APS destacou o facto de o terminal multipurpose (com 850 metros de cais e fundos de -18 metros) poder receber navios de grandes dimensões (até 190 mil DWT) e dispôr de áreas para a instalação de armazéns e naves logísticas. Faltará melhorar as acessibilidades ferroviárias ao hinterland espanhol, o que está a ser feito.
A par do agronegócio, também os sectores das rochas ornamentais e das indústrias automóvel e aeronátuca estão na mira do hub alentejano.
A captação de novos negócios e o reforço da ligação do hinterland ibérico visam compensar as perdas de cargas tradicionais (com o carvão à cabeça), mas também proteger o porto dos “humores” do negócio do transhipment de contentores, sublinhou José Luís Cacho.
A propósito dos contentores, o responsável avançou a previsão de um crescimento de 10% na carga contentorizada já este ano.