Nos primeiros quatro meses do ano, o porto de Sines ganhou 2,5 milhões de toneladas, os outros perderam 568 mil… com a excepção da Figueira da Foz que ganhou 23 mil. Os dados são da AMT.
Até ao final de Abril, os portos portugueses (do continente) movimentaram 29,7 milhões de toneladas, num crescimento de 7,1%, anunciou a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT). Mas, no caso, as estatísticas enganam porque apenas o porto de Sines (e o da Figueira da Foz, a outra escala) cresceu no período considerado.
Desde o início do ano, o porto de Sines (o Cristiano Ronaldo dos portos portugueses, neste tempo de “Europeu”) movimentou 16,2 milhões de toneladas, ou 54,6% do total nacional, num crescimento homólogo de 18,3%, ou de 2,5 milhões de toneladas. E a rematar este período, o porto alentejano teve em Abril em o seu melhor mês de sempre, com 4,8 milhões de toneladas movimentadas (o total nacional foi de 8,5 milhões de toneladas, num crescimento homólogo de 9,3%).
A crise do Mar Vermelho ajudará a explicar a performance de Sines, mas o facto é que, ao invés daquele, o porto de Leixões recuou 5,4% para 4,6 milhões de toneladas no year-to-date, Lisboa cedeu 2,7% para quatro milhões, Setúbal perdeu 4,3% para 2,2 milhões, Aveiro baixou 3,5% para 1,9 milhões e Viana do Castelo caiu 14,4% para 105 mil toneladas.
Só o porto da Figueira da Foz “deu um ar da sua graça”, com um avanço de 3,4% para as 703 mil toneladas.
Sem surpresa, a carga contentorizada foi a principal responsável pelo crescimento dos números globais, com uma subida de 22,5% para 12,4 milhões de toneladas. A carga geral fraccionada cresceu 6,4% para 2,2 milhões de toneladas e a carga ro-ro prdeu 15,1% para 521 mil toneladas.
Os granéis sólidos ficaram-se nos 4,6 milhões de toneladas (-9,6%) e os granéis líquidos tocaram os 9,96 milhões de toneladas (+1,6%).
Sintetizando, a AMT destaca no seu relatório, pela positiva, “o acréscimo de movimentação da carga contentorizada (+2,1 milhões de toneladas; +36%) e dos produtos petrolíferos (+571 mil toneladas; +21,1%) no porto de Sines, a que se juntaram os incrementos de carga fraccionada (+276 mil toneladas; +516,7%) e
da carga contentorizada (+226 mil toneladas; +17,2%) em Lisboa”; e, pela negativa, “as reduções dos outros granéis sólidos (-417 mil toneladas; -51,2%) e dos outros granéis líquidos (-170 mil toneladas; -50,7%) no porto de Lisboa, do gás liquefeito (-132 mil toneladas; -9,9%) em Sines e da carga roll on – roll off (Ro-Ro) (-121 mil toneladas; -27,4%) no porto de Leixões”.
A AMT ensaia uma comparação com o comportamento dos portos espanhóis, para concluir que “salvaguardadas as diferenças e dimensões entre ambos, constata-se que o sistema portuário nacional registou um desempenho melhor, concretizado num maior crescimento do lado português, ou seja, de +7,1%,
quando o homólogo espanhol se limitou a +2,2%”.