O processo de privatização da Silopor entrou ontem na fase decisiva com a abertura das propostas finais dos dois candidatos, a Sogestão e o Grupo ETE.
A ETE, que apresentou a melhor proposta inicial, reviu em baixa o valor a pagar “à cabeça”, de 56,2 milhões para 40 milhões de euros, avança o “JdN”. Além disso, baixou a proposta de renda fixa anual e aumentou a renda variável (dependente dos volumes movimentados).
Já a Sogestão terá mantido nos 33 milhões de euros a proposta de pagamento imediato à Administração do Porto de Lisboa, tendo subido em cerca de 10% a componente das rendas a pagar ao longo dos 25 anos de concessão.
De acordo com o caderno de encargos, as condições financeiras propostas pelos concorrentes valem 50% da avaliação final das propostas.
Contas feitas, avança o “JdN”, a proposta da ETE representará um VAL (Valor Actualizado Líquido) de 168 milhões de euros, enquanto a proposta da Sogestão se ficará por um VAL de cerca de 70 milhões de euros.
O processo da Silopor arrasta-se há anos. Em causa está a concessão do serviço público de armazenamento e movimentação de granéis alimentares nos silos de Lisboa (Beato e Trafaria) e de Vale da Figueira, por onde passa parte substancial dos cereais que alimentam o País.
Caso ganhe, a ETE fica praticamente com o exclusivo da movimentação de cereais no porto de Lisboa. Caso a vitória penda para a Sogestão, a empresa de Manuel Champalimaud juntará os silos de Lisboa aos de Leixões, que já explora.