A Stadler contesta na Justiça a decisão de CP de comprar 117 comboios à Alstom + DST, um negócio de 746 milhões de euros.
A decisão da CP de outorgar à dupla Alstom + DST o fornecimento de 117 comboios para os serviços urbanos e regionais foi anunciada apenas em 28 de Novembro, mas a Stadler, que também estava na “corrida” ao negócio, já interpôs no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa uma acção de impugnação, adiantou o “Expresso”.
De nada valeu, afinal, prolongar o processo de adjudicação do maior contrato de compra de material circulante pela CP para evitar a litigância. Conhecida a decisão, a Stadler, que já havia reclamado o afastamento da Alstom + DST do processo, por alegadas inconsistências da proposta, apressou-se a contestá-la em tribunal.
Não se sabe ainda se também a CAF, que também foi preterida na avaliação final, e que também contestou a proposta que acabou sendo declarada vencedora, avançará para a Justiça. O certo é que com isto o processo prolongar-se-á ainda mais no tempo.
O concurso para a compra de 117 comboios (na verdade, automotoras) foi lançado em Dezembro de 2021. Em causa o fornecimento de 62 unidades para os serviços suburbanos e de 55 para o serviço regional. Com possibilidade de contratação de mais 36 unidades para os suburbanos.
O valor do negócio foi estimado em 819 milhões de euros, mas acabou fixado em 746 milhões.
A incorporação nacional, com a instalação de uma fábrica em Portugal, era um dos critérios para a adjudicação. A Alstom + DST propõem a construção de uma fábrica em Matosinhos e de uma oficina em Guifões, com a criação de 300 postos de trabalho.
A Stadler está a fabricar 22 comboios regionais da gama Flirt para a CP, ao abrigo de um contrato firmado em Outubro de 2020, mais tarde do que o inicialmente por causa da contestação da CAF.