A Swissport passou para o controlo de credores preferenciais, após o HNA Group ter acordado com eles uma conversão de dívida em capital.
O acordo para a sobrevivência da Swissport prevê que cerca de 1,9 mil milhões de euros da dívida seja convertida em acções ou extinta, anunciou a companhia num comunicado ao mercado.
Entre os credores preferenciais da Swissport estão a SVPGlobal, a Apollo Global Management, o Barclays Bank e a King Street Capital Management. O especialista em investimentos problemáticos SVPGlobal, o investidor que mais está em jogo, foi fundado em 2001 por Victor Khosla e já investiu mais de 27 mil milhões de dólares desde o início do processo.
“Os acordos vinculativos de hoje [31 de Agosto] garantem o futuro de longo prazo da Swissport”, afirmou o CEO da Swissport International, Eric Born, em comunicado.
“Esperamos ver mais outsourcing de serviços de handling pelas companhias aéreas e conseguir obter volumes de alguns concorrentes financeiramente mais fracos”, disse, por seu turno, Peter Waller, director financeiro da Swissport International.
“Estamos ansiosos por trabalhar com a gestão e, com o apoio de outras partes interessadas, como clientes, trabalhadores e reguladores, estamos confiantes no sucesso futuro da Swissport”, afirmou fonte do grupo de credores preferenciais.
A operadora de handling já tinha anunciado a injecção de 300 milhões de euros de liquidez por parte de um grupo “ad hoc” de credores, com isso elevando para mais de 500 milhões de euros as suas disponibilidades de caixa.
A Swissport garantiu, assim, uma injecção significativa de dinheiro fresco e uma redução substancial da dívida, encerrando meses de negociações e abrindo caminho para a recuperação.
A companhia suíça foi comprada, em 2015, pelo HNA Group, por 2,73 mil milhões de francos suíços (2,5 mil milhões de euros) numa onda de aquisições globais financiadas por dívida. Entretanto, desde 2018 que o grupo chinês tenta reduzir a sua exposição à empresa, primeiro através da entrada em Bolsa e depois por venda directa a investidoras, mas sempre sem sucesso.