A privatização da TAAG não deverá acontecer antes de 2023 ou 2024, face aos efeitos da pandemia de Covid-19 sobre a economia mundial e a aviação, admitiu hoje o presidente executivo da transportadora angolana
“Lamentavelmente continuamos em pandemia, o que afectou muitos países, sobretudo na Europa e América do Sul, e não sabemos quando vai acabar”, afirmou Eduardo Farien Soria em Luanda, numa conferência de imprensa de balanço dos primeiros 100 dias do novo Conselho de Administração da TAAG.
“Estamos num cenário muito instável e uma privatização neste cenário não parece a melhor decisão”, continuou, dizendo que a empresa está a aproveitar para “ir crescendo e fazer poupanças”, pelo que só em finais de 2023 ou 2024 deverá estar em condições para ser vendida ou encontrar novos parceiros.
“As empresas valem o que estamos dispostos a pagar por elas. O valor da TAAG é claramente superior ao valor que tinha quando chegámos, mas ainda estamos longe de entrar num processo de privatização ou parceria”, considerou.
O objectivo da equipa de gestão é “vestir muito bem a noiva” e deixar a companhia preparada para quando chegar o momento de fazer avaliações.
Nos primeiros 100 dias do mandato do novo CA, a TAAG aumentou a frequência de voos semanais em território nacional de 20 para 44 ligações, e a nível internacional de 13 para 29 voos, incluindo novas rotas, indicou a presidente do conselho de administração, Ana Francisco Major.
“Estamos a aumentar os voos trimestralmente e prevemos chegar a 73 voos domésticos e a 51 voos internacionais semanais até ao final do corrente ano”, referiu, sublinhando que o objectivo é também explorar o negócio da carga, onde a TAAG detectou uma procura ainda não satisfeita por outros operadores.
“Trata-se de uma oportunidade para Angola que pode ter a sua capacidade própria para cobrir essa procura e compartilhá-la dentro da região”, adiantou a responsável, explicando que a TAAG está a explorar essa oportunidade com voos e a aumentar a visibilidade nesse mercado.
“Estamos avançados no diálogo regional destacando-se aqui Cabo Verde e a Zâmbia, sem descurar outras abordagens em estudo”, acrescentou.
O presidente executivo Eduardo Fairen Soria detalhou, por outro lado, que o mercado a nível regional “não está a responder à mesma velocidade”, que o mercado doméstico.
Destinos como Kinshasa (República Democrática do Congo) e São Tomé e Príncipe estão a responder de forma mais lenta, enquanto outros destinos da África Austral estão a reagir bem, como Maputo e Joanesburgo, apontou, esperando melhorias à medida que forem sendo eliminadas as barreiras da pandemia e se regresse à normalidade.
O gestor adiantou também que está em estudo uma rota intercontinental nova, que preferiu não desvendar para já.