A TAAG vai fornecer um Boeing 737-700 em regime de leasing à cabo-verdiana TACV, anunciou o ministro dos Transportes de Angola, Ricardo Abreu.
“É um primeiro passo que estamos a dar com a TACV, não excluímos a integração de outros países, mesmo no contexto regional ou até no contexto dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa [PALOP], mas começa aqui uma nova etapa da nossa relação bilateral e com outro nível de efectividade”, anunciou o ministro angolano, após a realização da reunião da VIII Comissão Mista Cabo Verde – Angola.
De acordo com Ricardo Abreu, a cedência de um dos Boeing 737-700 de “nova geração” permitirá à TACV retomar as suas rotas – apenas opera voos internacionais -, após o impacto da pandemia de Covid-19, com as duas companhias a poderem cooperar também na exploração dos hubs do Sal (Cabo Verde) e de Luanda.
“Temos aí, do ponto de vista da efectividade, a materialização desse nosso compromisso, a partir do qual outros desafios poderão ser concretizados e também desenvolvidas outras oportunidades na materialização deste casamento entre a TACV e a TAAG”, sublinhou.
De acordo com informação da TAAG, a companhia angolana opera vários Boeing 737, com capacidade para 120 passageiros, essencialmente nas rotas domésticas, que está a substituir por seis Dash 8-400 turbo hélice.
Segundo Ricardo Abreu, além deste entendimento entre as duas companhias aéreas estatais, a assinar durante a visita de Estado do Presidente angolano, serão ainda fechados acordos, na área dos transportes, de serviços aéreos “actualizados”, sobre o mercado único em África, o primeiro que Angola assina “nestes termos”, e um memorando de entendimento entre os dois ministérios, para troca de experiências e formação, bem como um outro entre as autoridades de aviação civil dos dois países.
Questionado pelos jornalistas, Ricardo Abreu não adiantou prazos para a retoma de voos diretos entre Angola e Cabo Verde, interrompidos desde o início da pandemia de Covid-19, em Março de 2020: “Mais importante que os voos directos é termos as companhias aéreas com capacidade para responderem àquilo que forem as necessidade comerciais”.
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, disse no passado 26 de Janeiro, no Parlamento, que a parceria em negociação com Angola e a TAAG deveria envolver aeronaves Boeing 737, para melhorar a performance da companhia cabo-verdiana TACV.
O chefe do governo admitiu que a retoma da operação da TACV, em Dezembro, após 21 meses sem voos devido à pandemia de Covid-19, foi feita com um Boeing 757, em regime de leasing, que no entanto “tem, de facto, problemas de performance”.
O aparelho, que opera a ligação semanal com Lisboa, será oportunamente substituído pelo B737 da TAAG.
Para o segundo semestre está prevista a compra de uma nova aeronave para servir as ligações com Boston (EUA). Ainda durante este ano, a transportadora pretende retomar ligações a Paris e ao marcado brasileiro.