Ano novo, serviços novos. A Takargo iniciou 2017 com dois novos serviços de transporte de produtos siderúrgicos em território nacional, ambos em parceria com a espanhola Tramesa, confirmou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS o director-geral da operadora ferroviária do grupo Mota-Engil.
Logo no dia 2, arrancou o transporte de bobinas de chapa de aço em bruto entre o porto de Setúbal e a Lusosíder, no Seixal. “São quatro-cinco comboios/dia, comboios de seis-sete vagões, puxados por um locomotiva pequena, uma EE série 1400. Na prática é como um “shuttle”, variando em função das necessidades do cliente”, referiu Álvaro Fonseca.
Em termos anualizados, serão assim transportadas “entre 340 mill e 400 mil toneladas”, acrescentou o responsável.
Ontem mesmo, iniciou-se a ligação semanal entre a ex-Siderurgia Nacional, no Seixal, e a plataforma de Valongo do SPC, para o transporte de bobinas de chapa acabadas. Neste caso “a Takargo assegura a tracção (com uma Euro 4000), sendo os vagões da Tramesa”, especificou o director-geral da companhia. Cada comboio transportará “cerca de 800 toneladas”.
Esta nova ligação, acrescentou Álvaro Fonseca, “insere-se no network ibérico que operamos para a Tramesa, a quem temos alocadas duas locomotivas, desde meados do ano passado”. Uma parceria que leva as locomotivas da Takargo / Ibercargo a cruzar a Península, tocando portos como Setúbal ou Vigo, Algeciras ou Sagunto.
Com mais estes dois serviços, a Takargo reforça a sua exposição ao mercado nacional, onde até há bem pouco tempo tinha uma presença praticamente residual. Álvaro Fonseca recusa tratar-se de uma inversão da estratégia da operadora (nascida com a ambição de ser uma operadora ibérica mercê da parceria com a espanhola Comsa), falando antes no aproveitamento de novas oportunidades de negócio.
Os números de 2016 ainda não estão fechados, mas é já certo que 2016 foi “o melhor ano de sempre da Takargo em volumes”, garantiu o responsável. Em 2015, a operadora ultrapassou pela primeira vez a fasquia do milhão de toneladas (1,062 milhões), em 2016 “fizemos 1,23 milhões”. O mesmo se diga relativamente ao número de comboios comerciais, que passou “de 1 474, em 2915, para 1 880, em 2016”, disse.
Para 2017 estarão já na calha novos negócios, fruto de mais parcerias e da entrada em novos segmentos. Mas por ora Álvaro Fonseca preferiu não se alongar.
Para o Verão espera-se a chegada de duas novas locomotivas Euro 4000, contratadas no ano passado à Vossloh Espanha, com o que a Takargo e a sua parceria Comsa Rail esperam alavancar novos negócios.