Pela primeira vez, no ano passado a Takargo transportou mais de um milhão de toneladas, quase tudo em tráfegos ibéricos, adiantou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS o administrador executivo da companhia.
Em 2015, a operadora ferroviária da Mota-Engil transportou 1,6 milhões de toneladas, mais 14,3% que o realizado no exercício anterior, precisou Miguel Lisboa. Ao longo do ano transacto foram realizados 1 474 comboios comerciais, contra os 1 325 de 2014, acrescentou.
O crescimento da actividade deveu-se sobretudo ao desenvolvimento dos tráfegos ibéricos, onde a Takargo actua através da Ibercargo, uma parceria 50-50 com a espanhola Comsa Rail. O peso dos tráfegos ibéricos subiu de 75% do total, em 2014, para “cerca de 85% em 2015”.
Na verdade, os principais tráfegos da Takargo são “o transporte de rolaria de madeira (nacional e ibérico), de produtos siderúrgicos (ibérico), e de papel e derivados (ibérico)”, sintetizou.
No contexto nacional, a operação de transporte de biodiesel, que chegou a se relevante em 2014, “perdeu importância em 2015”. Ao invés, “final do ano, ganhámos uma operação de transporte de Jet Fuel entre a refinaria de Sines e o Aeroporto de Faro, mas esta operação só teve inicio já em 2016”.
Para o ano em curso, o objectivo é agora “estar acima do milhão de toneladas transportadas e esperamos superar o resultado de 2015”, aponta Miguel Lisboa. Sendo que, “estamos também a avaliar oportunidades de negócio noutros segmentos de carga, mas ainda não temos nada conclusivo a apresentar”.
No entretanto, a Takargo propõe-se contratar mais maquinistas. “Nesta primeira fase pretendemos recrutar cerca de 10 pessoas, que permitam colmatar algumas saídas de pessoal e simultaneamente dar resposta às perspectivas de crescimento que temos no curto prazo”.
Primeiro operador privado de transporte ferroviário de mercadorias nacional, a Takargo ficou de fora do negócio entre a Mota-Engil e o os turcos do grupo Yildirim para a venda da Tertir. Apesar disso, e talvez por causa da sua “vocação” ibérica, “no essencial, a estratégia [da companhia] mantém-se”, assevera o administrador executivo.