A TAP registou um prejuízo de 700,6 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, contra as perdas de 110,8 milhões no mesmo período de 2019.
Em termos de EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), os prejuízos da TAP atingiram os 172,9 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, em contraste com os lucros de 388,7 milhões de euros registados há um ano.
Já os resultados operacionais da companhia registaram, nos primeiros três trimestres deste ano, um prejuízo de 610,2 milhões de euros, uma variação negativa de 653,8 milhões de euros face aos lucros de 43,6 milhões de euros registados até Setembro de 2019.
“No acumulado dos primeiros nove meses de 2020, o número de passageiros caiu 70% [menos 9,1 milhões de passageiros], a oferta (ASK) 64% e o load factor 12,5 pontos percentuais, ficando nos 68,5%”, refere a transportadora no comunicado enviado à CMVM.
Os custos operacionais reduziram-se em 41% no final de setembro face ao mesmo período do ano passado (de 2,446 mil milhões de euros para 1,451 mil milhões).
A TAP assinala “progressos importantes” no ajustamento de gestão que está a fazer, através de “medidas de protecção da sua posição de caixa, nomeadamente através do reforço de iniciativas para conversão de custos fixos em variáveis, renegociação de acordos comerciais e respectivos prazos de pagamento, suspensão de investimentos não essenciais e não renovação de contratos de trabalho a termo”.
“Os pagamentos associados ao leasing operacional de aeronaves caíram 43%, quando comparados com igual período do ano passado, reflectindo as negociações com lessors para diferimento de pagamentos e reduções de rendas”, aponta a TAP, que espera uma poupança de 175 milhões de dólares (cerca de 146,4 milhões de euros) em 2020 relativa ao leasing operacional de aviões.
Menos 729 contratados a termo
Os custos com pessoal diminuíram 39,1% até Setembro, de 511,7 milhões de euros para 311,7 milhões. Só no terceiro trimestre, a poupança chegou aos 49% em termos homólogos.
“Para esta redução contribui também a não renovação de contratos a termo. Até ao final de Setembro de 2020, 729 trabalhadores viram os contratos atingir o seu termo e deixaram a TAP”, pode ler-se no comunicado enviado à CMVM.
Segundo os principais indicadores operacionais divulgados pela companhia, no quadro de pessoal activo, que não inclui pessoal sem colocação e não activo, a TAP contava com 8 510 trabalhadores em Setembro deste ano, menos 429 que os 8 937 no mesmo período de 2019.