A Transportes Metropolitanos do Porto (TMP) deverá contar com cerca de 60 trabalhadores, dos quais três administradores, de acordo com um estudo económico-financeiro a que a “Lusa” teve acesso.
“Aquando da constituição da TMP [Transportes Metropolitanos do Porto], o quadro de pessoal será composto pelos funcionários do TIP [Transportes Intermodais do Porto] (atualmente em número 13, cedidos pelos membros do ACE e a que acrescem 20 colaboradores subcontratados e alocados às lojas Andante), pelos funcionários da AMP essencialmente alocados à actual área de mobilidade e transportes (7) e por novas contratações que possam ocorrer, incluindo para os órgãos sociais”, pode ler-se no estudo.
De acordo com o documento, “o quadro de pessoal foi construído tendo por base comparativa as actuais empresas municipais, atendendo igualmente ao volume de negócios e responsabilidades a assumir pela TMP”.
A empresa deverá ser liderada por um Conselho de Administração de três elementos, suportada por um gabinete financeiro de quatro e um jurídico de três, seguindo-se na hierarquia os departamentos de Administração Geral (sete pessoas), Estudos e Planeamento (oito), Gestão dos Contratos (sete) e Gestão da Operação (28).
A constituição da Transportes Metropolitanos do Porto implicará ainda a criação de dois órgãos consultivos: o Conselho de Mobilidade Metropolitana e o Conselho Consultivo das Tecnologias para a Mobilidade.
O estudo económico-financeiro estima que a empresa, que irá gerir a rede Unir e a bilhética Andante, tenha 66 milhões de euros de receitas em 2024 (dos quais 33,8 milhões de bilhética e 23,1 milhões de subsídios à exploração), um valor que deverá subir para 74,9 milhões em 2028 (39,7 milhões de bilhética e 24,4 milhões de subsídios).
Quanto a despesas, o estudo prevê que deverão chegar aos 64,6 milhões de euros em 2024, a maioria referente aos pagamentos aos operadores dos cinco lotes da rede Unir (61,4 milhões). O valor deverá subir para os 73,7 milhões de euros em 2028 (dos quais 70 milhões para a rede Unir).
O estudo prevê ainda que, de 2024 a 2027, a TMP dê lucros de 16 mil, 39 mil, 60 mil e 73 mil euros, respectivamente.
O capital social da empresa será de dois milhões de euros, repartidos pelos 17 municípios da AMP.
A TMP deverá integrar as valências do TIP – Transportes Intermodais do Porto, o agrupamento complementar de empresas (ACE) que gere o sistema de bilhética Andante (participado em igual percentagem pela CP, Metro do Porto e STCP), e as competências da AMP em termos de mobilidade e transportes.
A inclusão da TIP na nova empresa é contestada pela Câmara Municipal do Porto, maioritária na STCP, com o Município a admitir inviabilizar a constituição da TMP.