A rede UNIR, de autocarros da Área Metropolitana do Porto, está a operar “desprovida de qualquer controlo eficaz”. Esse controlo e a bilhética serão prioridades da TMP.
“A operação da rede UNIR está actualmente desprovida de qualquer controlo eficaz, tanto físico como tecnológico”, pode ler-se no Plano e Actividades e Orçamento (PAO) da TMP, assinado a 20 de Fevereiro, e a que a “Lusa” teve hoje acesso.
Relembrando que, quando ainda tinha a tutela directa da rede Unir, a Área Metropolitana do Porto (AMP) “adquiriu, com recurso a fundos comunitários, hardware e software para operacionalizar uma plataforma de controlo da rede UNIR”, esta, por “questões técnicas alheias à AMP (…), ainda não está em funcionamento”.
“O objectivo prioritário da TMP é garantir o funcionamento desta plataforma, permitindo monitorizar a operação e aplicar sanções aos operadores por incumprimento contratual”, refere o documento.
Sendo a Unir “a principal prioridade operacional da TMP”, a empresa liderada por Marco Martins considera “essencial reforçar a fiscalização aos operadores, assegurando o cumprimento rigoroso dos contratos, nomeadamente no que diz respeito à oferta programada, à qualidade das viaturas e à disponibilização de dados operacionais e informação ao público”.
A empresa revela que, no primeiro semestre, “será realizada uma avaliação com os municípios para identificar e implementar melhorias nos horários, percursos e cobertura de rede”, com vista a melhorar o serviço “já no próximo Outono, ou seja, no período de início do ano escolar”.
“A TMP deverá colmatar a grave lacuna na informação ao público que actualmente afecta a rede UNIR, apesar de ser responsabilidade dos operadores providenciar parte dessa informação nos pontos de acesso”, sendo “essencial criar um sistema de informação completo para os passageiros, abrangendo destinos, percursos, títulos e horários”, incluindo com outros operadores de transportes.
Quanto às paragens de autocarro, “ficou decidido pela AMP que cada município seria responsável pela instalação das suas paragens, determinando o tipo, material e cor do suporte, bem como fornecimento e instalação dos postaletes”, mas a TMP considera que “esta decisão, aliada às opções políticas específicas de cada município, levou a que, actualmente, menos de 40% das paragens da rede UNIR estejam instaladas, havendo municípios onde nenhuma foi colocada”.
A TMP considera “prioritário agilizar com os municípios tanto a colocação de paragens como, onde possível, uniformizar os tipos de suportes e avaliar a instalação de estruturas físicas para divulgar os horários e melhorar a experiência dos passageiros”, aponta.
A empresa aponta ainda que o sistema de bilhética Andante “é extremamente fragmentado”, já que “cada operador dispõe dos seus próprios validadores (CP, Metro, STCP e operadores da rede Unir), e os dados não estão acessíveis em tempo real”, além das máquinas de venda serem também de cada operador.
“Este método dificulta a conferência das validações e a repartição de receitas, gerando atrasos no acesso à informação, falta de controlo sobre o sistema metropolitano de transportes e custos acrescidos no tratamento de dados”, aponta, considerando que “esta fragmentação exige uma revisão urgente”.
A TMP quer, em 2025, lançar a nova Plataforma de Gestão Intermodal Andante (PGIA) e, na aplicação móvel Anda, “introduzir bilhética pré-paga com cartões virtuais, eliminando a necessidade de registo prévio” e “lançar a versão completa para iOS”.
Pretende ainda “ampliar a aceitação de cartões bancários contactless (VISA, MasterCard) em toda a rede Andante” e abrir lojas Andante em Rio Tinto, Santo Ovídio, Devesas e interface de Santa Maria da Feira.