O secretário de Estado dos Transportes relacionou hoje a perda de passageiros nos transportes públicos com o aumento da fraude. O presidente da Carris e do Metropolitano de Lisboa diz que a fraude aumentou menos que o esperado.
Barcos, comboios e metropolitanos de Lisboa e Porto transportaram menos 12,9 milhões de passageiros no terceiro trimestre de 2012, uma quebra que os especialistas justificam com a crise, o desemprego, a subida das tarifas e o fim dos descontos para estudantes.
O secretário de Estado dos Transportes faz uma leitura diferente dos números. “A redução do número de passageiros não significa uma perda. O número de validações é que está a diminuir, mas os transportes estão cheios e existe menos um quarto de automóveis a circular. Não tendo desaparecido as pessoas, nem tendo havido um aumento de automóveis, significa que continuam a andar de transportes”, afirmou à “Lusa”.
Sérgio Monteiro destacou que os dados recolhidos pelos contadores automáticos e pela observação indicam que “existe um fenómeno de fraude que está a aumentar por razões económicas” e que o Governo quer combater.
“Há um aprofundar do fenómeno de fraude que nos preocupa e que está associada a dificuldades económicas”, sublinhou o secretário de Estado, acrescentando que o objectivo é reforçar a fiscalização para dissuadir este tipo de comportamento e “aprofundar o papel da Autoridade Tributária na cobrança das multas”.
Já o presidente da Carris e do Metropolitano de Lisboa reconheceu hoje, num encontro com jornalistas, que “há um aumento da fraude, mas não tanto como seria de esperar” e explicou as perdas de 12% a 15% no número de passageiros dos dois operadores com “o efeito conjugado de vários factores”, entre os quais “a recessão profunda” e o desemprego.
Quanto aos preços, José Silva Rodrigues admitiu que “subiram muito significativamente, mas continuam ainda abaixo dos valores médios” que se praticam noutras cidades europeias.
A esse propósito, o secretário de Estado dos Transportes anunciou, citado pela “Lusa”, que as tarifas dos transportes públicos serão actualizadas em 2013 “em linha com a inflação” prevista no Orçamento do Estado para 2013, que é de 0,9%.