A circulação no túnel da Mancha esteve ontem interrompida durante mais de três horas em consequência dos protestos dos trabalhadores da MyFerryLink. O porto de Calais também esteve bloqueado.
Os manifestantes trataram de bloquear a auto-estrada que dá acesso às instalações portuárias de Calais, o que provocou filas de centenas de camiões que não puderam embarcar para fazer a travessia.
Alguns dos imigrantes indocumentados que se encontram nas centenas de acampamentos selvagens dos arredores da cidade e, sobretudo, em volta do porto, aproveitaram a presença dos camiões retidos para tentar entrar nalguns deles, com a esperança de, uma vez lá dentro, conseguirem entrar no Reino Unido.
Os trabalhadores da MyFerryLink protestavam contra a venda pela Eurotunnel de dois dos três ferries daquela filial a um dos seus concorrentes, o grupo dinamarquês DFDS.
A cooperativa Scop, que explora os barcos da MyFerryLink, e que reúne cerca de 600 trabalhadores (ex-SeaFrance) está sob controlo
judicial desde há 12 dias e poderá cessar a actividade no início de Julho, quando termina o contrato de exploração dos navios com a Eurotunnel.
A DFDS já se comprometeu a aceitar alguns trabalhadores da MyFerryLink, mas parece evidente que não será a totalidade.
A Eurotunnel pretende continuar a operar o único navio ro-ro da frota da MyFerryLink, mas também isso não será a solução desejada pelos trabalhadores, maioritariamente franceses.