Os trabalhadores da Silopor vão realizar uma greve de 24 horas no próximo dia 31. Pedem a integração de trabalhadores precários, aumentos salariais e a revisão do Acordo de Empresa.
A Silopor, empresa pública que opera os terminais agro-alimentares nacionais do Beato e da Trafaria, no porto de Lisboa, está sob a ameaça de paralisação no próximo dia 31, decidida hoje em plenário de trabalhadores, anunciou o sindicato que os representa (CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal)
Os trabalhadores reclamam a integração nos quadros da empresa de mais de 20 trabalhadores de empresas de trabalho temporário, “alguns dos quais a prestar serviço diariamente na Silopor desde 2019”, sustentam.
A valorização dos salários é outra das reclamações, com os trabalhadores a recusarem “as limitações impostas pelo Ministério das Finanças e Comissão Liquidatária”. O despacho do Ministério das Finanças prevê um aumento mínimo de 3%, mas prevê que a massa salarial – incluindo as promoções e o pagamento do trabalho suplementar – só possa aumentar até 5%.
De acordo com o CESP, “nos últimos anos, com excepção de 2023, ano em que foi possível negociar a revisão das tabelas salariais, os trabalhadores da Silopor acumularam perda de poder de compra e desvalorização profissional, apesar dos resultados, sucessivamente, muito positivos da empresa, sendo previsível que 2023 tenha sido o melhor ano de sempre”.
Reclamado é ainda a revisão do Acordo de Empresa, nomeadamente no que toca às carreiras profissionais, “garantindo uma maior e mais célere progressão na carreira, até como forma de compensar os trabalhadores pelo congelamento de carreiras ocorrido no período da troika”, sustenta o sindicato.
A Silopor está há vários anos em liquidação. É a principal empresa portuária portuguesa de descarga e armazenamento de granéis sólidos e alimentares, com uma capacidade instalada de 340 mil toneladas, suficiente para “receber e armazenar, no decurso do ano, todas as importações portuguesas de cereais e farinhas, as quais atingem, em média, 3,4 milhões de toneladas”.