Depois de mais uma greve de dois dias, os trabalhadores da Silopor querem agora reunir com o Governo e grupos parlamentares.
“No dia 26 de Dezembro, um dos membros da administração da Silopor transmitiu aos trabalhadores do piquete de greve que é pretensão do Governo criar uma empresa, no âmbito da Administração do Porto Lisboa (APL), que assumirá a armazenagem dos cereais e os trabalhadores, mas sem dar garantias de que o Acordo da Empresa (AE) da Silopor se manterá”, disse à “Lusa” Célia Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).
Segundo Célia Lopes, “aquilo que é dito é que os trabalhadores manterão os direitos, mas nada é dito sobre os direitos que os trabalhadores venceriam mantendo-se na Silopor e com o acordo da empresa vigente”.
“E é essa garantia que os trabalhadores querem, a garantia de que não vão perder a previsão da sua carreira e a previsão dos direitos que estão previstos no acordo da empresa”, frisou Célia Lopes. A sindicalista lembrou ainda que o CESP já pediu também uma reunião ao primeiro-ministro, que, no passado dia 18 de Dezembro, terá reencaminhado esse pedido para o Ministério das Finanças, mas que os trabalhadores ainda não tiveram qualquer resposta.
A Silopor, principal empresa portuária de armazenamento de granéis sólidos alimentares, que faz a gestão dos silos da Trafaria, em Almada, e do Beato, em Lisboa, tem uma capacidade global de 340 mil toneladas, o que permite o armazenamento, em média, de um total de 3,4 milhões de toneladas de cereais e farinhas durante um ano.
A empresa, por onde passa mais de metade dos cereais importados por Portugal, entrou em processo de liquidação (por imposição da Direção Geral da Concorrência da União Europeia) no ano 2000, mas desde 2016 é lucrativa e não tem passivo. A gestão é assegurada por uma comissão liquidatária, cujo mandato termina este ano.
Também este ano termina o prazo da concessão no porto de Lisboa.
Os trabalhadores da Silopor cumpriram mais dois dias de greve na semana passada, “pela manutenção da empresa no sector empresarial do Estado, com gestão pública e pela recuperação do tempo de serviço congelado no período da ‘troika'”.
Há quantos anos aguardamos pela solução na empresa SILOPOR ? Os mesmos que o porto de Leixões aguarda pela ampliação do terminal de contentores com prejuízos gigantescos para o Norte industrial e suas empresas, que vergonha !…