Trabalhadores dos portos dos Açores em greve

Os trabalhadores dos portos dos Açores vão fazer greve parcial a partir do dia 18, anunciou o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias (SNTAP).

O pré-aviso de greve aplica-se ao trabalho para além das oito horas normais, pelo que os portos dos Açores “vão poder funcionar, de segunda a sexta-feira, 16 horas diárias”, avançou o dirigente do SNTAP Serafim Gomes, em declarações à “Lusa”.

O sindicalista adiantou que que a greve se estenderá “até ao final do mês”, mas manifestou-se esperançado em que “as coisas sejam resolvidas” até ao início da paralisação com a secretária regional dos Transportes e Obras Públicas, Ana Cunha, a quem terá sido enviada uma missiva para “tentar evitar o conflito”, mas à qual ainda “não se obteve resposta”.

Em 29 de Julho, o SNTAP queixou-se de “hostilidade” por parte da empresa pública Portos dos Açores, com a empresa a dizer-se surpreendida com as queixas e a negar as acusações.

“Há uma atitude de grande hostilidade, nomeadamente para com determinados grupos de trabalhadores marítimos”, lamentou, então, o presidente da Direcção do SNTAP, dando como exemplo a “incerteza” que existe diariamente sobre quem é que vai ter de fazer trabalho extraordinário.

O sindicalista criticou as chefias directas desses trabalhadores, dentro da empresa Portos dos Açores, por acabarem por “manipular arbitrariamente a distribuição do trabalho”.

“Causa, naturalmente, discrepâncias, injustiças e, sobretudo, a incerteza na vida das pessoas, porque os trabalhadores têm direito à sua vida familiar e social e acabam, muitas vezes, por não o poderem fazer, porque não sabem quem é que vai ou não trabalhar, nem quando”, referiu Serafim Gomes.

Também em 29 de Julho, Miguel Costa, presidente do Conselho de Administração da Portos dos Açores, mostrou-se “surpreendido” com as queixas do sindicato, negando a existência de qualquer clima de hostilidade e sublinhando que a está apenas a cumprir o acordo de empresa.

“Todas as escalas são comunicadas integralmente, de acordo com aquilo que resulta do acordo de empresa, ou seja, até às 16:00 do dia anterior, ou até ao último dia útil, se for ao fim de semana”, explicou, então, o administrador portuário, acrescentando que “se isto é hostil, resulta do acordo de empresa, assinado pelo SNTAP“.