Tal como tinha prometido, o principal sindicato representativo dos trabalhadores da SeaFrance formalizou uma proposta de compra da companhia. O objectivo é salvar os cerca de mil postos de trabalho.
A proposta apresentada pelo CFDT prevê a constituição de uma cooperativa dos trabalhadores da SeaFrance, que assumirá o controlo da empresa. O plano de negócios aponta para a compra dos quatro navios da frota pelo valor simbólico de um euro. Os três navios propriedade da companhia serão depois alienados em operados de lease-back.
A proposta prevê ainda para um financiamento, por investidores não identificados, de 50 milhões de euros, que poderão chegar aos 80 milhões caso as condições do mercado se deteriorem.
Será ainda necessário financiar a adaptação dos navios às novas regras ambientais, o que pressupõe um investimento de cerca de 4,3 milhões de euros por unidade.
Ou seja, para salvar os cerca de mil postos de trabalho actuais de SeaFrance (só se perderão alguns lugares de quadros dirigentes), a cooperativa de trabalhadores necessitará de um forte apoio de entidades financeiras públicas regionais e nacionais.
A proposta de compra apresentada pelos trabalhadores junta-se às ofertas apresentadas pelo consórcio DFDS-Louis Dreyfus e pela Being Bang, uma companhia sedeada nos subúrbios de Paris de que pouco se sabe.
As três ofertas serão examinadas pelo tribunal de comércio de Paris no final de Outubro. Nessa altura será igualmente avaliado o novo projecto de reestruturação da empresa, para implementar na eventualidade de a venda não ir avante.
A SeaFrance é controlada pela SNCF, que tem injectado sucessivamente dinheiro na empresa para a manter a flutuar. Ajudas que estão na mira da Comissão Europeia.