A eventual expansão do porto de Lisboa para a margem esquerda do Tejo poderá ficar comprometida pela oposição das autarquias e das populações locais.
Até ao final do mês está a correr na Margem Sul um abaixo assinado entre a população, que visa pressionar a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional a alterar o Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROT-AML), que prevê o reforço da actividade marítimo-portuária na zona da Trafaria.
Em concreto, o PROT-AML reserva as áreas necessárias à instalação do um terminal de contentores e à ampliação do terminal da Silopor. Dois investimentos previstos no plano de desenvolvimento estratégico do Porto de Lisboa, delineado ainda sob a administração de Manuel Frasquilho, mas que nunca chegou a ser formalmente apresentado.
A construção de um terminal de contentores na Margem Sul, ocupando uma área bruta de 63 hectares, é considerada essencial para garantir o futuro do porto, consideradas as limitações à expansão da actividade no interior da capital. Mesmo assumindo a expansão do terminal da Alcântara.
A capacidade prevista para o terminal de Trafaria ultrapassaria o milhão de TEU, a ser implementada em fases.
No caso da Silopor, os projectos apontam para o aumento da capacidade dos actuas 1,2 milhões de toneladas para os 6 milhões de toneladas/ano.
Aquando da contestação à expansão do terminal da Liscont várias foram as vozes a sugerir a mudança dos contentores para a Trafaria. Agora, argumentos semelhantes são utilizados pelos locais para contestar essa opção: a instalação do terminal, dizem, inviabilizaria os planos de requalificação da zona para uma utilização de turismo e lazer.
Na mesma linha dos contestatários lisboetas, os da Trafaria sugerem também uma localização alternativa para o futuro terminal: nos terrenos industriais do Barreiro.
A primeira versão do plano de desenvolvimento estratégico do Porto de Lisboa previa o arranque da construção do novo terminal de contentores algures entra 2010 e 2015.