Cinco anos na melhor das hipóteses, dez no pior dos cenários, é quanto o tráfego aéreo demorará a recuperar os níveis pré-Covid-19, prevê a Eurocontrol.
A Eurocontrol acaba de divulgar as previsões a cinco anos para a evolução do tráfego aéreo, fortemente impactado pela pandemia de Covid-19 e as notícias não são agradáveis, pelo contrário.
No cenário mais optimista, o sector retomará os níveis de actividade de 2019 em 2024, precisamente o limite temporal das previsões. Num cenário conservador, em 2024 o tráfego aéreo na Europa será equivalente a 92% do verificado em 2019. No caso mais pessimista, em 2024 apenas será estará a 75% da actividade de 2019, que só será atingida em 2029.
“É um cenário catastrófico para a indústria da aviação e demonstra por que é tão importante que os estados tomem medidas consistentes e coerentes para apoiarem a actividade”, resumiu o director-geral da Eurocontrol, Eammon Brennan.
A recuperação da actividade estará dependente sobretudo da existência de uma vacina de combate à Covid-19. O cenário mais optimista assume que a vacina estará disponível em larga escala no próximo Verão; a perspectiva mais conservadora assume que tal só acontecerão no Verão de 2022, e o pior dos casos admite a inexistência de uma vacina eficaz.
Facto é que o impacto da Covid-10 no sector está a ser muito mais violento que o das anteriores crises, e que a recuperação será também muito mais demorada, recorda a Eurocontrol.
Aquando dos atentados do 11 de Setembro de 2001, perderam-se 200 mil voos e a retoma demorou ano e meio. Já com a crise financeira global de 2008 a 2011 perderam-se 600 mil voos e a recuperação demorou oito anos. Agora, com a Covid-19 perderam-se seis milhões de voos e o regresso à normalidade é uma incógnita.