Com uma quebra de 30% nos volumes, a Transinsular retomou o serviço para Cabo Verde, mas com uma oferta reduzida, de semanal para 20 dias.
A Transinsular reduziu a oferta do seu serviço Cabo Verde Expresso, numa tentativa de adequar a capacidade a uma procura que sofreu um corte drástico com a pandemia Covid-19 e o quase desaparecimento do turismo no arquipélago.
“Menos turismo significa menos consumo. As necessidades de mercadorias diminuíram cerca de 30%”, resumiu Luís Figueiredo, administrador do Grupo ETE, em declarações à “Lusa”. Com o turismo caiu também a construção, seja de unidades hoteleiras, de habitações ou mesmo de obras públicas.
Em consequência, o serviço da Transinsular, que oferecia saídas semanais de Lisboa e Leixões para a Praia e Mindelo, passou agora para uma cadência de 20 dias. O BF Nilou, que marcou o recomeço da operação, zarpou de Portugal no passado dia 14, e o Lagoa, que se lhe seguirá, tem partida anunciada apenas para o próximo dia 30. Mantém-se, isso sim, o tempo de trânsito de sete dias, que a companhia diz ser o melhor do mercado.
A Transinsular foi a primeira a retomar as operações para Cabo Verde, mas admite manter esta oferta reduzida mesmo para além do estado de emergência, enquanto a recuperação da actividade económica não for sólida.
“Estamos literalmente a fazer uma navegação à vista, a assistir às tendências para tomar decisões até que se registe a recuperação da economia”, justificou Luís Figueiredo.
CV Interilhas também se adapta
Alterações deverá sofrer também a oferta do serviço de transporte de passageiros e mercadorias inter-ilhas, assegurado pela CV Interilhas, controlada pela Transinsular.
De momento, o transporte de passageiros está suspenso, mantendo-se apenas o transporte de mercadorias em função das necessidades, logo, com uma frequência mais espaçada.
Luís Figueiredo assegurou que a “qualidade” da operação será mantida, mas avisou que os investimentos previstos no desenvolvimento do serviço só avançarão quando a economia local der sinais de retoma.
A A CV Interilhas assumiu em 2019 a concessão do transporte marítimo inter-ilhas de passageiros e carga, por 20 anos, após concurso público internacional lançado pelo governo cabo-verdiano. A Transinsular detém 51% da empresa, estando o restante nas mãos de armadores locais.