As associações espanholas Feteia e ACE, que representam transitários e carregadores, respectivamente, vão formar uma aliança para enfrentar os armadores.
A notícia é avançada pelo “el Mercantil”, que cita fontes conhecedoras do processo. O acordo deverá ser anunciado oficialmente em Junho próximo, no decurso da SIL, em Barcelona.
A Feteia é a homóloga da portuguesa APAT. Já a ACE agrega empresas como a Amazon, Sonae Arauco, Repsol, Leroy Merlin, Grupo Renault, El Coste Inglés e Holcim, mas também a CEVA Logistics, DHL, Suardiaz Logistics, Logista ou FM Logistics.
Sobre a mesa estarão, sobretudo, duas preocupações: as taxas cobradas pelos armadores à conta do ETS e a recusa de alguns armadores em permitirem a contratação pelos transitários do transporte rodoviário dos contentores em alguns portos espanhóis.
No caso das taxas cobradas pelas emissões no âmbito do ETS, as razões de queixa prendem-se com a alegada disparidade entre aquilo que os armadores pagam e aquilo que cobram. Uma situação que já terá sido denunciada no primeiro relatório elaborado por Bruxelas sobre o impacto no transporte marítimo da sua inclusão do esquema europeu de comércio de emissões.
No caso dos transportes rodoviários, as queixas visam o controlo que os armadores querem ter sobre toda a cadeia de transporte. A Maersk é o armador particularmente visado, pela sua actuação nos portos de Barcelona e Valência.
Com a aliança acordada, Feteia e ACE esperam também ganhar peso junto das autoridades comunitárias ou, se for o caso, junto da Comissão Nacional de Mercados e Concorrência de Espanha.
Vão acordando… Não sei se ainda vão a tempo. O poder dos armadores cresceu, abusivamente, com a crise COVID, com o pretexto «guerra» e, agora, com o desvio do Suez. Para as autoridades da concorrência foi tudo normal…