Os camionistas estão a aumentar os preços dos serviços devido à subida dos combustíveis, podendo o acréscimo atingir os 8%, disse hoje à “Lusa” o presidente da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram).
“Neste momento, temos os nossos associados a negociar nos mercados e a transferir para o consumidor final aumentos de preços que poderão atingir os 8%”, devido à subida do preço dos combustíveis, afirmou António Mousinho.
De acordo com o presidente da Antram, “os combustíveis aumentaram cerca de 20% no último ano” e “já pesam cerca de 40% na estrutura de custos das empresas”.
Precisamente, a dificuldade em repercurtir no preço dos serviços o aumento dos encargos (por pressão dos clientes e pela concorrência entre os operadores) é invocada por muitos transportadores para justificarem as dificuldades que o sector atravessa e para reclamarem medidas de apoio do Estado.
Entretanto os preços dos combustíveis continuam a subir, acompanhando a evolução da cotação internacional do petróleo e dos produtos refinados. Um mimetismo que se nota mais nas subidas do que nas descidas, sustenta a Anarec (associação dos revendedores de combustíveis).
“A Autoridade da Concorrência diz-nos que há livre concorrência e que os preços acompanham as oscilações do mercado internacional, mas temos dúvidas sobre porque é que na Europa os combustíveis desceram muito mais do que em Portugal e subiram menos do que em Portugal. É a dúvida que temos. A bota não bate com a perdigota na maior parte das vezes”, disse ao “DE” o vice-presidente daquela associação, António Amaral.
Dúvidas que a “Bloomberg” sustenta no acompanhamento diário que faz das cotações dos combustíveis. Segundo aquela agência, desde o início de Setembro do ano passado o preço médio do gasóleo na bomba subiu 13 semanas, desceu quatro e manteve-se inalterado uma, ao passo que a cotação internacional da tonelada cúbica do gasóleo subiu 11 vezes e desceu seis no mesmo período.