As associações de transportadores rodoviários de mercadorias e o Governo chegaram esta noite a acordo (ver aqui), pondo termo a uma paralisação de dois dias que chegou a ameaçar alguns abastecimentos.
Foi o acordo possível, conseguido com muito esforço, resumiu o presidente da ANTP. O “gasóleo profissional”, uma das principais reivindicações dos transportadores, não foi atingido, mas em troca o Executivo aceitou a majoração em 140%, em sede de IRC, das despesas com combustíveis. Actualmente a majoração é de 120%.
Já no relativo às ex-SCUT, outro pomo de discórdia, Governo e transportadores acordaram um esquema de descontos nas portagens, de 10% durante o dia, e de 25% no período nocturno.
No total, são seis os pontos do acordo hoje firmado, e que será naturalmente objecto de especificação nas horas e nos dias mais próximos.
A reunião entre António Mendonça e Carlos Correia da Fonseca e os presidentes da ANTP, ATTIMA e Antram iniciou-se cerca das 17 horas e prolongou-se até para lá das 21 horas. Depois, representantes das associações deslocaram-se ao Pombal, onde estavam concentrados algumas centenas de camionistas, para darem conta do resultado das negociações, para que os transportadores decidissem o fim da paralisação.
O segundo dia da paralisação dos camionistas ficou marcado por um maior número de incidentes, tendo as forças policiais identificado e detido vários empresários. Um pouco por todo o país surgiram notícias de apedrejamento de veículos, com a Torrestir a assumir-se como uma das empresas mais lesadas.
A empresa nortenha denunciou, em comunicado, que “mais de 20 veículos” seus “foram vandalizados e apedrejados”. A Torrestir, liderada por um dirigente da Antram, estará a cumprir a paralisação mas, como explica Fernando Manuel Torres, “havia um acordo com as associações promotoras, a ANTP e a ATTIMA, que viabilizava a circulação dos medicamentos”.
As viaturas visadas, segundo aquele empresário, transportariam precisamente medicamentos e “estavam devidamente identificadas com sinalética nas lonas e uma cruz vermelha”.
Ao longo da tarde os incidentes diminuíram, o que as forças policiais atribuíram também a alguma desmobilização dos camionistas.