Transportadores espanhóis em greve a partir de segunda-feira

Transportadores rodoviários de mercadorias italianos e espanhóis têm marcadas para os próximos dias acções contra a degradação das condições de exercício de actividade.

Em Itália, a Unatrans, que representará mais de 80% das empresas do sector, convocou para sábado “reuniões de cidadãos” nas dez principais cidades do país. O objectivo é sensibilizar os italianos para os problemas do sector. E desde logo para o facto de a “lei dos custos mínimos” continuar por promulgar.

A lei, que deveria proteger os transportadores rodoviários de mercadorias face aos constantes aumentos dos custos operacionais, foi anunciada em Junho do ano passado, mas continua sem ser colocada em prática. Até ao momento, apenas três ministérios – Transportes, Interior e Economia e Finanças – deram o seu acordo ao texto.

Os promotores das manifestações de sábado avisam, no entanto, não ser sua intenção bloquear estradas.

Em Espanha, governo e transportadores tentam ainda chegar a um acordo que evite a paralisação de uma semana, a partir das zero horas de segunda-feira, convocada por mais de dezena e meia de associações regionais.

As associações querem ver satisfeitas cinco reivindicações fundamentais: a aplicação com carácter obrigatório e vinculativo da revisão automática dos preços em função da variação do preço do combustível; a imposição de uma cláusula anti-dumping; a isenção do pagamento do “cêntimo sanitário” (imposto sobre a venda a retalho de determinados produtos petrolíferos e derivados); a fixação, com carácter obrigatório, do prazo máximo de 30 dias para pagamento dos serviços de transporte; e a revisão das condições de acesso à actividade e incentivos ao seu abandono, para reequilibrar a oferta e a procura no sector.

Os transportadores rodoviários de mercadorias do país vizinho estão a sofrer, em simultâneo, com a alta dos combustíveis, com a redução da bonificação do gasóleo profissional (de 2,9 cêntimos para 0,1 cêntimos/litro, e para um máximo de 50 euros/ano contra 1 400 euros/ano) e com a cobrança do “cêntimo sanitário” (4,8 cêntimos/litro).